terça-feira, 29 de março de 2011

Noite de Gala no Teatro Amazonas com o grupo Pró-Álcool


No dia 10 de junho de 1993, a colunista Elaine Ramos publicava a seguinte nota na coluna que mantinha no jornal Amazonas Em Tempo:

Santo de casa só faz milagre se for no palco do Teatro Amazonas. Questão de estilo e frescura mesmo.

Por estas e outras, a miscelânea de profissões que somente a música pode unir com equilíbrio apresenta nesta Quinta Musical o show “Vozes da Mocidade”, com o conjunto Pró-Álcool.

Ingresso que é bom, não tem mais.

Quem teve a sorte de comprar o seu, curta o vocal feito por Mário Toledo, Helinho do Parque, Marinho da Mia e Cid Cabeça de Poeta, no show apoiado pelos traquinas Arnaldo Marques (violão), Arcangelus (viola), Claudinho do Cavaco (maestro), Delei (bateria), Zé Pneu (surdo), Sandro Doença (pandeiro) e Moreno (trombone).

Em miúdos, vozes do barulho, cumplicidade do Pró-Álcool e um inovador Metanol. Vai dar samba a partir das 21h. Ora, se!


A idéia-mãe do show de lançamento do disco, evidentemente, era contar a história do “Pró-Álcool” desde o Olímpico Clube até sua chegada ao palco do Teatro Amazonas.

O cenário assinado por Mário Toledo retratava de forma estilizada os principais símbolos do bairro de Aparecida, como o campanário da igreja de Nossa Senhora Aparecida, a chaminé de barro da Cervejaria Miranda Corrêa e a fachada do Xicu’s Bar.

O show rolou mais ou menos assim.

As primeiras luzes se acendem. Metade do palco continua em penumbra.

O gente fina Paulo José, escondido atrás das cortinas, anuncia, em off, o início do show:

– Muito bom dia, associados do Olímpico Clube! O tempo apresenta-se bom, visibilidade horizontal de 35 quilômetros, mas com possibilidade de pancadas de ventos ocasionais nesse nosso deslumbrante céu de brigadeiro...

De repente, Paulo José dá uma gostosa gargalhada e entra em cena, encarando a plateia como um legítimo mestre de cerimônias de entrega do Oscar:

– Era assim que a gente começava, muito tempo atrás, as nossas animadas domingueiras no Olímpico Clube.

Naquela época, as manhãs de sol do Clube dos Cinco Aros eram animadas por um grupo de sócios fazendo música ao vivo.

Era Mário Toledo no atabaque, Arnaldo no violão, Ary no reco-reco e esse vosso amigo aqui como crooner.

Foi assim que surgiu o grupo independente que aplaude o que toca e paga o que bebe.

Com o passar do tempo, o grupo se mudou para a rua Alexandre Amorim, na Aparecida, adotando como sede a Mercearia Nossa Senhora de Aparecida, que depois mudou o nome para Xicu’s Bar.

Com o ingresso de Cid Cabeça de Poeta, Marinho da Mia e Helinho do Parque, todos puxadores de samba da campeoníssima Aparecida, e mais Toinho do Cavaco, o grupo começou a produzir suas próprias músicas.

Cantando por todos os bares da cidade, fazendo sucesso na Europa, França e Bahia, o grupo acabou por gravar seu primeiro disco intitulado “Vozes da Mocidade”.

Senhoras e senhores, ladies & gentlemen!

Nessa noite, é com imenso prazer que apresento para todos vocês o grupo Pró-Álcool!


Ensaio do Pró-Álcool sob a batuta do maestro e violonista Adelson Santos

Enquanto a multidão aplaude freneticamente, Paulo José se retira discretamente do palco e as demais luzes se acendem, mostrando os músicos prontos para entrar em ação.

Mário Toledo assume o papel de principal MC do grupo e manda bala:

– Muito obrigado, muito obrigado! Em nome do grupo quero desde já agradecer a presença de todos vocês nesse nosso show.

Quero também repartir com vocês essa grande emoção de estarmos pisando no palco do Teatro Amazonas pela primeira vez!

É verdade! Ocupar o Teatro Amazonas para mostrar seu trabalho é o sonho de todos aqueles que participam de alguma forma no processo artístico da cidade de Manaus!

Obrigado, Betão, presidente da Ordem dos Músicos, que nos conseguiu esse espaço!

Mas, gente, na verdade, nós não temos pretensão de fazer sucesso universal, nem tirar o espaço dos artistas que vivem da música, nem nos consagrar como o melhor grupo de samba de Manaus!

Nós apenas queremos ocupar o nosso espaço e tocar para vocês.

Acredito que a música que vamos tocar agora e com a qual iniciamos o show expresse tudo isso que estou tentando explicar.

O nome da música é “Quem sabe”, composição minha e do Cid.

Vamos lá, Deley!

O baterista entra arrepiando e os cinco MCs (Mário Toledo, Cid Cabeça de Poeta, Helinho do Parque, Ary Cachorro e Marinho da Mia) abrem o gogó:



Não sei se meu samba
Um dia vai se ouvir tocar
No meio de gente bamba
Eu não sou compositor
Nem poeta
Não sei falar de amor
E prosa pra mim
É conversa
Só o tempo dirá e até lá
Farei minhas canções
Sem ter a pretensão
De assim me consagrar
É tudo inspiração
Vem não sei de onde
Só sei que correspondo
Com o que eu vivo a sonhar
É com despertar e invocar
As aspirações
Que invadiu um coração
Que não cansa de amar
Que sacia com dor
Que recolhe paixão
Que alimenta tristeza
E que busca solidão.

Depois de agradecer os aplausos, Mário Toledo volta a falar:

– Um dia o Ary dedicou a biografia do grande Noel Rosa ao nosso Cid Cabeça de Poeta.

Num domingo, lá em casa, depois que o Cidão conseguiu decifrar os garranchos do Ary, ele começou a insistir que aquela dedicatória daria um grande samba.

Os dois passaram a trabalhar em cima da dedicatória e acabaram compondo o samba “Com Todo Respeito A Noel”, que é uma exaltação ao bairro de Aparecida, parafraseando o grande Noel Rosa que sempre enalteceu a Vila Isabel.

Nós começamos com uma parte da música do Noel e depois emendamos na nossa.

Pau na caixa, Deley!

O baterista entra arrepiando e os cinco MCs abrem o gogó:



Não é por não ser da Vila Isabel
Nem amigo do Noel
Que se vai chorar
Aqui não tem morro, nem ladeira
Não se parece com a Mangueira
De Cartola...
Pra que lamentar
Se o samba aqui
Também fez sua morada
Nos botecos, nas calçadas,
Nas ruas, em todo lugar
Não é a toa
Que a Aparecida é diferente
É um bairro que mexe
Com a gente
E que simplesmente
Não dá pra explicar!
A nossa escola de samba
Tem muita gente de fé
Quando ela vai pra avenida
É muito samba no pé
Saibam que na Mocidade
Com simplicidade
Também se faz samba
Mas com todo respeito
A quem é de direito
Não tememos bamba!
Aqui não tem malandragem
Lhe digo a verdade
É só gente de bem
São poetas e compositores
Que em matéria de samba
Nada devem a ninguém


Mário Toledo, Ary Cachorro e Helinho do Parque

Como o esquema do show obedecia a uma regra fixa (Mario Toledo agradecia os aplausos, depois explicava o contexto criativo da nova canção, o baterista Deley iniciava o ataque sonoro e os cinco vocalistas cantavam a música), vou transcrever apenas as falas do Mario Toledo e as letras das músicas.

– A música “Ressonância”, de autoria do Cid, retrata todos os elementos da composição, que são aqueles acordes tirados no braço do violão, que acabam passando a ser meio de transporte entre o passado e o presente, trazendo em suas lembranças essas coisas todas que ficam marcadas como tatuagens em nossa alma.



Quando estou nos braços
Do meu violão
Solo esta saudade
Que eu sinto de ti
Dou notas e passagens
Das recordações
Em tons de lembranças
Que nunca esqueci
Esse dedilhado
Que te acompanhou
Mesmo nos acordes dissonantes
Foi tão complicado que desafinou
Hoje é passado
Mas ainda é ressonante
Fizestes parte de mim
E dessas cordas de aço
O nosso amor teve um fim.
Mas vive nos sambas que faço
Preciso cortar
Esse mal pela raiz
Pra ser feliz
Machuco até meu coração
Se for preciso
Não toco mais meu violão.

– O “Pagode do Xicu’s”, de Cid e Toinho do Cavaco é uma homenagem ao Xicu’s Bar, que sempre nos inspira.

Ele é a nossa base, a nossa caverna.

Não, malandro, nós não temos nada de Batman & Robin, mas com essa vida difícil a gente tem que dar uma de super-herói.

É lá no Xiku’s Bar que nos reunimos todos os sábados e bebemos milhares de litros de cervejas.

Num desses dias, o Toinho e o Cid fizeram esse pagode, que acabou se transformando no cartão de apresentação do “Pró-Álcool” porque ele fala mais ou menos o que cada um faz no grupo.

Agora, sobre o Xicu’s Bar quem vai falar é o Ary, mas isso mais tarde.



Nesse fim de semana
Vai ter muito samba
Lá no bar do Chico
Vai ser muito bacana
Vai ter muita cana
E muito fuxico
Lá não é casa de samba
Nem tem nego bamba
De sapato alto
Não tem astro nem estrela
O palco de nega
É lá no asfalto
Lá é um pagode maneiro
Que tem partideiro
E também zé mané
Lá não encosta viado
E de vez em quando
Entra uma mulher
Se você não é pagodeiro
Não toca pandeiro
E nem violão
Junte-se á rapaziada
E faça um pagode
Na palma da mão
Não seja descarado
Não peça fiado
Porque não dá pé
Pague uma cerveja gelada
E a dose do santo
Dê pro Capilé
O Toinho faz chorinho
O Cid um samba-canção
O D’Mia leva pagode
O Arnaldo uma bossa
No seu violão
O Helinho de samba-enredo
O Mário Toledo
De partido alto
O Ary num samba de breque
Esse é o famoso grupo
Do Pró-Álcool


Carlo Castro, Dinari Guimarães, Mário Toledo, Ary Cachorro, Miltinho e Paulo Peruka, no Boteco da Loura, também conhecido como Cantina da Sílvia, ali na Cachoeirinha

– Um dia, eu cheguei em casa e encontrei minha filha mais velha, a Evie, toda chorosa.

Fui perguntar qual era o problema.

Ela me falou que havia terminado com o namorado.

Era aquele primeiro namoro, aquela coisa maravilhosa que todos nós passamos.

Quando termina, a gente pensa que o mundo vai acabar.

Sentei perto dela, lhe fiz uns carinhos e lhe dei o seguinte “Conselho”, composição minha e do Cidão.



Quem nunca sofreu
Do mal de amor
Quem não se feriu
Do mesmo jeito
Quem já não sentiu
Essa dor no peito
E quem é que soube amar
E fez tudo direito?
Lá, lá, lá
Mas não tenha medo de amar
Porque a vida ensina
A forma de sobreviver
Pra cada paixão que se acaba
Pra cada mundo que desaba
Das cinzas outro amor
Vai florescer
(você vai ver)
Nova paixão recomeça
E o mundo outra vez
Vira festa
E a vida vai ser linda
De viver

– A música “Vozes da Mocidade” nasceu, segundo o Cid Cabeça de Poeta, dos sons de vozes que ele parece escutar do terraço de sua casa, no bairro da Aparecida, quando a tarde vai chegando ao fim, quando o sol vai se pondo sobre o rio Negro e o céu vai se transformando naquela coisa mágica que é o nascer da noite.



Ouço longe sons de primas e de bordões
Os afinados cavaquinhos e violões
Um toque refinado de um tamborim
Um pandeiro alcoviteiro
Bate chamando por mim
É sempre assim
Quando se vai a claridade
Ouço a voz da mocidade
Ecoando nos botequins
Do ronco de uma cuíca
Da voz de um trovador
Ou quando é uma garrafa que imita
Repique de agogô
É sempre assim
Quando se vai a claridade
Ouço a voz da mocidade
Ecoando nos botequins
No solo de uma viola
Fazendo um samba-canção
Ou quando a remandiola
Faz um pagode batido na mão
É sempre assim
Quando se vai a claridade
Quem fala na mocidade
É o cavaco e o bandolim
É sempre assim
Quando se vai a claridade
As vozes da mocidade
Sempre cantam para mim

– A música “Eu Que Pensei”, é uma composição minha e do grande Marinho da Mia.

Se vocês atentarem bem pra letra, vão perceber que ela é de uma verdade absoluta.

Ela fala do amor, essa coisa que geralmente começa como uma brincadeira, vai crescendo, crescendo e depois acaba transformando o conquistador em conquista.

Quando acaba, todo mundo tem vontade de apagar os erros, as marcas das cicatrizes, mas a vida não deixa e é preciso seguir em frente.



Eu que pensei
Que nosso amor
Não passava de uma brincadeira
Mas foi ardendo em meu peito
Foi correndo nas veias
Deixei me levar
Por caminhos de pedras e espinhos
Agora quem sofre sou eu
Te implorando carinho
Ah!, quem me dera
Se eu pudesse o tempo voltar
E novamente recomeçar
Apagava os erros
As marcas dessa cicatriz
Eu sem você, amor,
Jamais serei feliz!

– A música “Parece Mas Não É” foi feita pelo Cid e pelo Ary.

A história dessa música é a seguinte.

O Marinho Lima, irmão do Cid, era nosso cavaco.

Grande instrumentista, grande compositor, grande ser humano, coisa e tal.

Um dia ele se casou e se mudou pra Sampa.

O Cid sempre nos trazia lembranças chorosas do Marinho.

Ele sempre perguntava pelo grupo, dizia que estava louco pra voltar pra Manaus, essas coisas.

Aí, um dia, o Ary chegou cantando uns versos e falou pro Cid:

“Poeta, vamos fazer uma música para o Marinho. Vamos imaginar ele na arquibancada do desfile das escolas de samba de São Paulo, vendo Unidos do Peruche, Nenê da Vila Matilde, Vai-Vai, X-9 Paulistana e Camisa Verde e Branco desfilar e o sons dos instrumentos da bateria o trazendo de volta para a nossa escola!”



Parece...
Que voltei pra minha cidade
Me sinto lá na Mocidade
Ouvindo seus tamborins
Parece...
A minha escola tão querida
Só pode ser Aparecida
Só ela é quem toca assim
Vivo como exilado
Totalmente afastado
De tudo aquilo
Que eu sempre quis
Eu não sou um condenado
Para ser tão maltratado
Pelas escolas daqui
Que só me fazem lembrar dela
Fazendo a mesma marcação
Ás vezes penso que é ela
Mas tudo é pura imitação

– Composição de Cid e Toinho do Cavaco, “Obsessão” é uma música tão bonita, vai tocar tanto nas rodas de pagode, vai fazer tanto sucesso nas rádios, que ninguém sabe como ela nasceu.

Nós só sabemos que quando cantamos essa música, ela nos dá uma energia tão grande que tenho certeza de que vocês também vão sentir isso agora mesmo.



Você é pra mim
A ilusão de um desejo
A frustração de um beijo
Que nunca roubei de ti
Uma obsessão
Vagando em minha lembrança
Resto de esperança
Que nunca vai se acabar
Que nem um sonho
Que não se alcança
Ah, ah, ah!
Como mudam os tempos
Os pensamentos
Mas meus sentimentos
Jamais vão mudar
Se sou feliz ou infeliz
Vivendo nessa tortura
Se é paixão a sensação
Desse mal que não tem cura
Foi só pra lhe conseguir
Que um dia em mim lhe prendi
Não foi pra você fazer parte
Da minha loucura

– Como falei no início, é o Ary que vai descrever através da música “Xiku’s Bar” o que é a nossa sede informal.

Para vocês terem uma idéia, ela é uma casa bem pequena. São seis metros quadrados. Só cabem três mesas.

Em compensação, o Chico é uma figura maravilhosa, coração do tamanho do mundo, dando a todos um tratamento de estrela.

Além dele, tem figuras como Miguel e Kapilé, e todo aquele ambiente fantástico...

Vocês não imaginam como é difícil descrever o bar, os elementos que o compõe, as pessoas, as conversas e tudo o mais em um samba de roda ou de partido alto.

O Ary escolheu o samba de breque porque é o único que admite usar como letra uma crônica dentro de uma melodia.



São seis metros quadrados
De pecado, muito samba
E lá você vai ver
Um quadro na parede
Um balcão de farinheira
Pra você se encostar
(ali nem sempre tem lugar)
Mas se o calor está forte
Nosso ambiente reservado
Vai lhe agradar,
Lá no banheiro
Tem um camburão
Bem cheio
De água fria
Pra lhe refrescar
Aí você chega lá
E mete a cuia,
Chuá, chuá,
Chico, a toalha!
Um quadrado redondo
Um preto que já foi branco
Ele vai lhe entregar
(que é pra você se enxugar)
Cuidado, companheiro,
Esse tecido é estrangeiro
Vem vindo lá de Bagdá
(cuidado para não rasgar)
Mas se a mesa está cheia
“Alguém” salva a despesa
Gritando de algum lugar:
– Toca a Tereza!
O bar todo se agita
O Chico se levanta e grita:
– Paidégua!
Essa vocês não vão pagar!
Aí o samba esquenta
É um tal de sai-e-entra
Não dá nem pra respirar
O Miguel se acorda
Cai por cima da viola
E começa a reclamar:
– Pô, Capilé, sai pra lá!
As mulheres feito a minha
Estão todas na esquina
E começam a apostar:
– Eles não saem do Xiku’s Bar!
Por isso, companheiro
Se você for bom de samba
Venha muito devagar
Nosso ambiente é de respeito
É o famoso Xiku’s Bar!

Depois de uma hora e meia de show, o “Pró-Álcool” foi ruidosamente ovacionado pela plateia.


No sábado, dia 12 de junho de 1993, a colunista Elaine Ramos fazia um resumo daquela noite mágica em sua coluna, no jornal Amazonas Em Tempo:

Fantástico e não menos surpreendente o show “Vozes da Mocidade” que os musicalmente ensandecidos rapazes do Pró-Álcool produziram no Teatro Amazonas.

Uma inesquecível noite, com direito a nervosismos antes, aplausos durante e consagração depois.

Só mesmo os valorosos mosqueteiros de Aparecida para deixar de lado o comum do rio, mãe d’água, peixe-boi, farinha, murupi, tambaqui, tucuxi, tucumã, cunhantã e curumim e cantar o sentimento do bairro, da rua, do bar, da ternura e de ser simples sem ser vulgar.

O cenário by Mário Toledo foi um ponto especial.

Luzes realçavam os contornos de marcos do bairro, que além da igreja dos padres Redentoristas, a velha chaminé da usina de luz e a cervejaria, fazia sair da porta simples do Xicu’s Bar, a graça e a leveza de um repertório acurado.

O primeiro show e o primeiro disco a gente nunca esquece, e eles fizeram tudo numa noite só para delírio de uma plateia a reunir nomes de A a Z.

Nosso carinho maior ao Pró-Álcool


No mesmo dia, também no Amazonas Em Tempo, na coluna “Hoje é Sábado”, de César Seixas, era publicada a seguinte nota:

Na miscelânea especial de virtuosidade e paixão pela MPB, o conjunto Pró-Álcool saiu do Xicu’s Bar e expôs seu caráter musical no palco do Teatro Amazonas, literalmente tomado pela alegria, humor e malícia do show Vozes da Mocidade.

Dentro do projeto Quinta Musical, Cid Cabeça de Poeta, Helinho do Parque, Mario Toledo, Marinho da Mia e Ari Castro Filho fizeram uma declaração de amor ao bairro de aparecida e sua escola de samba, surpreendendo pela qualidade dos músicos comandados pelo mestre Delei.

As raízes amazonenses do Pró-Álcool viajam do samba padrão ao samba de breque e, tenham certeza, etilicamente afinados.

Tanto assim, venderam na noite de estréia mais de 400 discos que é o seu primeiro e leva o nome do show Vozes da Mocidade.

Ao final, foram aplaudidos de pé.

Um comentário:

  1. Sempre é grandiosa a oportunidade de se ver, ouvir e sentir a Arte da Musica Popular Brasileira, A Maravilhosa Historia se cria com a simplicidade da descoberta nos momentos entres amigos. E é a mais Sabia e Estóica de todas.
    Parabéns, Vozes da Mocidade.

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