Além da sede da escola, há outro local que congrega todos os acontecimentos sociais, recreativos e até mesmo sentimentais do morro: é a casa da dona Neuma, mangueirense histórica, filha de Saturnino Gonçalves, primeiro presidente da agremiação, e desde jovem pastora sestrosa. Nenhuma visita é válida, nenhuma pesquisa será completa, nenhuma informação será integral, se dona Neuma não for consultada.
Apesar de ter uma família numerosa, dona Neuma é o poço comum para onde convergem todos os problemas, todas as aflições, todas as dúvidas do pessoal da Mangueira. Na preparação do carnaval a sua colaboração é inestimável, na época das eleições o seu apoio é cortejado por todos. E ela está sempre com o sorriso à mostra, animando confortando, com uma palavra de carinho ou uma cervejinha gelada.
Até bem pouco tempo o seu telefone era o único existente no morro, o que dava à sua residência um permanente ar de festa. Era gente entrando e saindo, para falar ao telefone ou buscar um recado. A um recém-chegado não informado a impressão era que todo mundo pertencia à família de dona Neuma dado a intimidade com que todos tratavam e eram tratados. O fato de já haver atualmente outros aparelhos instalados não significa que o panorama mudou. A casa de dona Neuma continua sendo o centro nervoso do morro, antes, durante e depois do carnaval.
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