Em matéria publicada na revista Cidades do Brasil, de abril de 2001, o então prefeito de Manaus, Alfredo Nascimento afirmava que daria uma solução definitiva ao problema do transporte coletivo que atanazava a vida dos manauenses:
Até o final deste ano, Manaus, capital do Amazonas, terá um sistema de transporte de Primeiro Mundo. A prefeitura irá implantar na cidade um dos mais modernos sistemas de transporte urbano de passageiros, perfeitamente adequado às suas condições típicas de metrópole tropical.
O projeto da prefeitura inclui a construção de corredores exclusivos de ônibus que vão cortar a cidade de ponta a ponta, reduzindo pela metade o tempo de deslocamento entre os bairros e o Centro, além da aquisição de ônibus articulados e biarticulados com ar-condicionado.
“Enfrentamos temperaturas altas durante todo o ano. Por isso, o Expresso vem para trazer mais conforto aos passageiros e agilizar o tráfego”, diz o prefeito Alfredo Nascimento.
Orçado em R$ 40 milhões, o Expresso de Manaus foi considerado um referencial de solução viária mais atualizada para as grandes metrópoles. Por isso, começa a receber divulgação internacional a partir desta semana.
A informação partiu da assessoria de comunicação da Volvo, empresa sueca de veículos de massa, cuja sede no Brasil fica em Curitiba, que detém mais de 80% do mercado de articulados da América do Sul e é a única marca a oferecer chassis de ônibus com motores entre os eixos, configuração mais apropriada para esse veículo.
As características dos novos ônibus articulados, com câmbio automático, ar-condicionado e suspensão a ar, são fundamentais para uma cidade de clima tropical, que registra temperaturas de 40 graus no verão.
“A administração municipal da capital amazonense escolheu um projeto eficaz que, por este motivo, está sendo adotado como exemplo”, reitera o diretor de ônibus da Volvo, Oswaldo Schmitt.
Segundo o vice-prefeito e o secretário de Obras, Omar Aziz, a adoção do Expresso como solução para os problemas urbanos da cidade, além de se adequar à realidade de hoje, com a constante alta do dólar, possui execução bem mais simples.
“Chegamos a pensar em adotar o metrô de superfície, mas isso se tornou inviável depois da desvalorização do real. Agora com o Expresso, basta adequar nossas avenidas para receber os três corredores viários e três mini-rodoviárias. As estimativas apontam a sua conclusão para o final deste ano”, anuncia Omar Aziz.
O projeto do Expresso, que inclui a construção de três mini-rodoviárias montadas em estrutura espacial, com lanchonetes, lojas, serviços públicos e pistas exclusivas para ônibus biarticulados com portas de ambos ao lados, completam o cenário futurista que trará para Manaus um dos melhores sistemas de transportes coletivos do País, inspirado no modelo de Curitiba, porém mais atualizado e adaptado às necessidades da região.
A duplicação das avenidas por onde circularão os expressos começará nos próximos meses. As duas pistas centrais, nos corredores, serão exclusivas para os ônibus. Nessas pistas, os canteiros centrais serão as “paradas”. Ou seja, o passageiro vai embarca e desembarcar exatamente no mesmo lugar, mudando apenas o lado da plataforma.
Inicialmente serão adquiridos 138 ônibus com portas de ambos os lados, biarticulados – o que significa que carregarão três vezes mais passageiros que um veículo comum –, e também serão climatizados.
“Essas modificações não acontecerão de forma aleatória ou aventureira”, esclarece o prefeito Alfredo Nascimento.
Segundo ele, todas as intervenções de engenharia na cidade são acompanhadas por técnicos do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM), que analisam o impacto ambiental e concedem, ou não, a autorização para a obra.
Os corredores Norte e Leste terão, cada um, 40 quilômetros, somando-se os percursos de ida e volta.
Quanto aos terminais, a Prefeitura de Manaus vai primeiro reformar o da Cidade Nova (T3), e depois construir o do Jorge Teixeira (T4) e o de São José (T5).
Todas as informações a respeito dos corredores, veículos e garagens, serão centralizadas na Empresa Municipal de Transportes Urbanos (EMTU).
Ao final de cada dia EMTU terá informações sobre todos os eventos ocorridos nesse período.
Esses dados chegarão à central informatizada da EMTU a partir de equipamentos e programas que serão instalados nos próprios ônibus, nas garagens e nos cinco terminais da cidade.
Os veículos terão acompanhamento integral em todo seu trajeto, as saídas das garagens serão fiscalizadas e o tempo de chegada, permanência e saída dos terminais controlados pelos sensores automatizados.
As informações serão coletadas por um sistema gerenciado instalado na Empresa Municipal de Transporte Urbano e avaliadas, registradas e impressas com o mínimo de interferência humana.
Os veículos dos corredores contarão ainda com um processo de bilhetagem eletrônica.
A comunicação de dados poderá ser feita on-line, através de cinco subsistemas de coletas de dados, centralizados na EMTU, que terão funções, equipamentos e softwares específicos: coletor de dados, garagens, comunicação de dados, central EMTU e de informações.
Praciano, o maior crítico do Sistema Expresso, e Alfredo Nascimento, autor da presepada
Toda essa tecnologia se traduz em redução do tempo de transferência do passageiro de um ponto a outro da cidade, eliminação ou minimização do conflito entre a circulação de pedestres e veículos e fluidez no tráfego.
E tudo isso com o pagamento de uma única tarifa.
Com esse projeto, o prefeito garante que vai mudar a cara de Manaus, tirando de circulação quase mil ônibus do centro da cidade e acabando com os congestionamentos.
O prefeito também explicou que esse projeto é verdadeiramente social porque melhora a qualidade de vida da população, reduz o número de acidentes e torna o trânsito mais humano.
O Expresso é fruto de um convênio entre a Prefeitura de Manaus e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que irá liberar um total de R$ 26 milhões, com a contrapartida municipal de cerca de R$ 14 milhões, além do financiamento privado de aproximadamente R$ 70 milhões.
Segundo a Volvo, os sistemas de transporte urbano baseado em veículos de grande capacidade como os ônibus articulados e biarticulados estão se propagando rapidamente por proporcionarem qualidade de vida à população em vários aspectos: viagens mais rápidas e confortáveis para os usuários, veículos mais fáceis de operar sem o estresse dos motoristas e melhor qualidade do ar, devido aos reduzidos níveis de emissões.
Dois anos depois dessas lambanças do prefeito potiguar, que ficaram apenas no plano nas idéias bem-intencionadas, a implantação inadequada do tal Expresso não só esculhambara de vez com o já caótico trânsito da cidade como também se transformara no pior pesadelo dos manauenses.
Some-se a isso a arborização das ruas de Manaus com palmeiras-imperiais importadas a peso de ouro de Santa Catarina e o cenário estava pronto. A BICA sentou o malho:
Estresso 171
Autores: Little Box, Paulinho de Deus, Elaine Ramos, Metralha, José Fernandes e Hiram Caminha
Médiuns: Mário Adolfo, Simão Pessoa, Edu do Banjo e Mestre Pinheiro
Ai, Alfredo Nascimento
O teu expresso
É pior do que jumento!
É o tal do Estresso 171
Vai da casa do Carvalho
Pra lugar nenhum! (bis)
Se estou dentro não sai,
Se estou na fila não vem
E o trocador nunca tem troco pra ninguém.
Se para o Centro não vai,
Pra Zona Leste não vem,
Pra quê que serve então a merda desse trem?...
Ai, Alfredo,
Que estresse,
Lá em Natal
O metrô se chama jegue
Ministério Lulalá
É puro engano
Vou mais ligeiro
No fusquinha do Armando
Teu social levado a sério
Não colou
Cadê a porra da babita
Do metrô?
A Lourdes disse, ô pá,
Armando, ó pá, confirmou:
É português o engenheiro do metrô.
Se o cabo velho gastou
Com palmeirinha a babita
Manaus inteira
Agora vai entrar na BICA!
Ai, Alfredo!
Os biqueiros ensaiando a marchinha dentro do boteco
José Klein, Rogelio Casado, Armandinho Loureiro, Ary de Castro Filho, Simão Pessoa e Mário Adolfo
José Klein e Dr. Santana iniciando o desfile, enquanto a maluquete Pepeta vai na frente, fantasiada de macho
Os biqueiros na velha e conhecida foto oficial - o objetivo era contar no ano seguinte quantos haviam faltado...
Erasmo Amazonas, Mário Adolfo, Pedro Paulo, Mestre Louro e Jomar Fernandes
Dos 30 diretores de 1989, só restavam 14 - mais da metade havia se aposentado
O economista Serafim Corrêa comandando o embalo
Edney Palafita, Dr. Santana, Serafim Corrêa e Mário Adolfo descendo a Av. Getulio Vargas
Deocleciano Souza regendo os Demônios da Tasmânia, enquanto o vocalista Biafra só falta estourar a prega rainha de tanta força que faz
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