No dia 2 de agosto de 2009, o programa “Fantástico”, da Rede Globo, apresentava uma reportagem explosiva:
Um escândalo! O deputado estadual mais votado do Amazonas é acusado de envolvimento com traficantes.
O político também apresentava um programa de televisão, que exibia cenas de gente assassinada.
Agora, o detalhe macabro: a polícia acredita que essas mortes eram encomendadas. Pelo próprio deputado apresentador.
“Está aqui o corpo, inclusive está saindo fumaça ainda”, diz um vídeo.
Imagens chocantes no programa policial que o deputado estadual Wallace Souza apresentava em uma TV do Amazonas. Wallace é um ex-policial expulso da Polícia Civil.
“Foi flagrado em uma situação de desvio de combustível, foi excluído do serviço público”, conta o secretário de Segurança Pública do Amazonas, Francisco Sá Cavalcante.
Deputado mais votado na última eleição no Amazonas, Wallace é investigado por formação de quadrilha, associação ao tráfico de drogas e posse ilegal de armas.
Quinze pessoas ligadas a ele já foram presas, entre elas, um coronel da Inteligência da Polícia Militar, vários policiais e o próprio filho do deputado.
“Eu sou inocente”, afirma o filho do deputado.
Além disso, um promotor de Justiça está sendo investigado e juízes do caso andam com escolta 24 horas por dia porque estão ameaçados de morte.
“Ele tem todas as características de crime organizado mesmo. Tem braço no Ministério Público, tem braço na política, tem braço nas polícias. É um estado dentro do estado, né?”, afirma o secretário de Segurança Pública do Amazonas, Francisco Sá Cavalcante.
Autoridades afirmam que alguns dos assassinatos exibidos no programa do deputado foram encomendados pelo próprio parlamentar.
“Eles chegavam na verdade até a criar fatos, se determinava que crimes fossem cometidos pra gerar notícia para o grupo, para o programa”, diz o secretário de Inteligência do Amazonas, Thomaz Augusto Corrêa Vasconcelos.
“Muitas ocasiões eles fabricavam o fato para fabricar notícia”, conta Francisco Sá Cavalcante.
Uma advogada, que pediu para não ser identificada, acusa o deputado de ter batido em seus clientes.
“Chegava, entrava, invadia a casa do meu cliente, saía batendo, dando tapas na cara, puxando pelos cabelos, chamando de safado. Foram diversas pessoas já presenciaram isso. Ele gravava e colocava no programa”, conta a advogada.
O homem que fazia a segurança do deputado e também para o programa de TV é um ex-sargento da PM, Moacir Jorge da Costa, conhecido como Moa. Ele é acusado de nove homicídios.
Em depoimento à polícia, Moacir diz que pelo menos um assassinato foi encomendado por Wallace Souza e gravado pela equipe do programa. Ainda no depoimento, Moacir faz acusações contra o filho do deputado, Rafael Souza.
Depois das acusações, a Justiça autorizou a polícia a fazer busca e apreensão na casa da família do deputado. Durante a busca, o parlamentar ameaça os policiais: “Eu vou voltar pra essa mesma polícia, vou mostrar que eu vou ser secretário de Segurança desse estado”.
“No cofre foi encontrado R$ 250 mil, aproximadamente U$ 15 mil em espécie, que o deputado até hoje, nem Rafael, conseguiram justificar. Fomos surpreendidos por uma quantidade razoável de munição, inclusive munição de uso restrito, nove milímetros; uma lista que constava uma relação de armas de calibre de 762, 556, ponto 40, nove milímetros, ponto 30”, revela o secretário de Inteligência do Amazonas, Thomaz Augusto Corrêa Vasconcelos.
Também foram encontrados na casa do deputado projéteis deflagrados. Uma perícia constatou que esses projéteis foram retirados da cena de um crime: a execução de um traficante conhecido como Bebetinho.
O Ministério Público Estadual investiga a participação de um promotor na entrega dos projéteis à família. A informação partiu de um parente do traficante, que ficou com medo de morrer também.
Repórter: Você entregou essas cápsulas na mão de quem?
Parente do traficante: Do promotor Walber.
Repórter: O que ele fez com essas cápsulas?
Parente do traficante: Passou pra mão do Rafael Souza.
O promotor Walber Nascimento se defende: “Por conta da minha atuação, eu já me vi respondendo a processos disciplinares com a mesma conotação, ou seja, um revide à minha atuação na minha promotoria. Então todos os processos foram arquivados”.
As investigações fizeram com que um juiz, uma juíza e o próprio secretário de Inteligência passassem a ter proteção policial. Várias autoridades estão ameaçadas de morte.
“Eu vivo 24 horas com escolta, porque sei que algumas pessoas que trabalham nesse caso, como promotores e delegados de polícia, já sofreram algum tipo de ameaça”, fala Mauro Moraes Antony, do Tribunal de Justiça do Amazonas.
A juíza federal Jaíza Maria Fraxe foi a responsável pela prisão do braço direito do deputado. O coronel da Polícia Militar, Felipe Rio Branco Arce, que estaria planejando a morte dela.
“Ele teria manifestado uma ira muito grande pelo fato de ter ficado sob prisão provisória pouco mais de dois anos sob a minha jurisdição”, revela Jaíza Maria Fraxe, da Justiça Federal do Amazonas.
“A senhora está falando do coronel Arce?”, pergunta o repórter.
“Exatamente. E isso teria despertado uma ira, uma angústia que transbordou da normalidade e fez com que ele desejasse a minha morte e começasse a planejar”, contou a juíza.
O plano de assassinato não foi adiante, segundo ela, porque o pistoleiro que faria o serviço se recusou a executá-lo quando soube que a vítima era uma juíza federal.
“O Luiz Pulga teria sido contratado pelo grupo criminoso pra retirar minha vida e ele não teria aceito a proposta. Ele teria dito que iria fazer uma denúncia no Ministério Público, quando então resolveram assassiná-lo”, diz a juíza.
O assassinato do pistoleiro foi registrado por câmeras de segurança. O garupa da moto salta, caminha até a vítima, dispara dois tiros e foge.
Esta semana, o Tribunal de Justiça do Amazonas autorizou a investigação sobre o deputado. Três promotores e quatro delegados estão no caso.
“A riqueza probatória contra o deputado é imensa, tanto é assim que o Procurador Geral de Justiça está oferecendo denúncia contra ele junto ao Tribunal de Justiça, por associação por tráfico, por porte ilegal de arma, formação de quadrilha”, diz o promotor Fábio Monteiro.
Procurado pelo Fantástico, o deputado Wallace Souza não quis gravar entrevista. O advogado dele afirma que o deputado é inocente: “Todas essas investigações do Ministério Público, juntamente com a polícia, que formam uma chamada força-tarefa, até hoje não apresentaram nenhuma prova técnica, prova de espécie alguma”, afirma o advogado Francisco Balieiro.
“Tudo que eu vejo por trás disso é a busca do poder. Tudo foi montado pra fortalecer um grupo, não é? E esse grupo chegar ao poder e com o poder avançar ainda mais no crime”, fala o secretário de Segurança Pública do Amazonas, Francisco Sá Cavalcante.
No dia 19 de agosto de 2009, na edição nº 2126, a revista Veja publicava uma matéria intitulada “Mata, filma e mostra”, do jornalista Duda Teixeira:
O repórter caminha em um matagal enquanto fala ao microfone. “Cheiro de churrasco queimado”, diz ele, cobrindo o nariz com a gola da camisa. “Taí o corpo”, afirma alguns passos mais adiante. “É do sexo masculino. Foi desovado aqui. Inclusive tacaram fogo nele.” A cena foi ao ar em Manaus, pouco antes da hora do almoço, no programa Canal Livre, em setembro de 2008.
Depoimentos colhidos pela Justiça do Amazonas neste ano indicam que o corpo, que ainda exalava fumaça nas imagens da TV, era de um traficante de drogas assassinado por ordem do filho do apresentador do Canal Livre, Wallace Souza. Os detalhes revelam uma surpreendente associação entre o crime e a busca por audiência.
A história completa, de acordo com o inquérito, é a seguinte: ao saber que um carregamento de 30 quilos de cocaína chegaria ao Porto de Manaus, o filho do apresentador, Raphael Souza, reuniu um grupo de policiais militares para matar o traficante. Eles se apossaram da carga e avisaram o programa de TV.
No mesmo mês, de acordo com depoimentos que estão no inquérito, Wallace e uma equipe de TV esperaram pacientemente na rua até o apresentador ser avisado, por telefone, da ocorrência de um crime. A equipe chegou a tempo de filmar a agonia da vítima, morta com quatro tiros. Para a polícia, o crime foi cometido por seguranças de Wallace. O Ministério Público denunciou o apresentador e o filho por seis homicídios, número que, dependendo das investigações, pode passar de dez.
Além de apresentador, Wallace é o deputado estadual mais votado do Amazonas. Em companhia do filho e de policiais militares, de arma na mão e colete à prova de balas, ele foi filmado várias vezes invadindo casas, agredindo pessoas e estourando bocas de fumo. Seu lema era “bandido bom é bandido morto”.
A polícia diz que, além de obter imagens inéditas para o programa, o propósito era se apossar da droga de outros traficantes e conquistar pontos de venda. Em todos os homicídios que podem ter tido a participação dos Souza a vítima era ligada ao narcotráfico. Por sinal, Raphael ainda fazia questão de comparecer aos enterros.
Também está no processo que pai e filho ordenaram atos de vandalismo, quebrando vitrines de lojas e janelas de prédios públicos. Além de usar as cenas no programa, eles tinham como objetivo criar uma sensação generalizada de insegurança em Manaus. O pânico, acreditavam, facilitaria a ascensão de Wallace ao cargo de secretário de Segurança Pública.
Por ser deputado, Wallace conta com foro privilegiado e está sendo julgado pelo Tribunal de Justiça do Amazonas. Pode ser indiciado por formação de quadrilha, porte ilegal de armas, corrupção de testemunhas e associação ao tráfico de drogas. Seu filho terá a sentença decretada no fim deste mês. Bandido bom é bandido preso.
No dia 9 de dezembro de 2009, o site UOL Notícias publicava uma matéria intitulada “Irmão de Wallace Souza, vice-prefeito de Manaus é preso”:
O vice-prefeito de Manaus, Carlos Souza (PP), foi preso no começo da noite desta quarta-feira (9), pela Polícia Civil. Ele responde a processo por associação ao tráfico de drogas e é suspeito de ter encomendado a morte de traficantes de drogas.
Ele é irmão do ex-deputado estadual Wallace Souza, acusado de ser o chefe de uma quadrilha que comandava o comércio de drogas no Amazonas e que assassinava traficantes para aumentar a audiência de um programa de TV apresentado pelos irmãos Souza.
Como o prefeito eleito de Manaus, Amazonino Mendes (PTB), está em Brasília, quem assume o comando do município é o presidente da Câmara, Luiz Alberto Carijó (PTB). Amazonino já foi informado da prisão, mas ainda não foi divulgado se ele antecipará sua volta à capital.
A prisão de Carlos Souza aconteceu por volta das 19h50 (horário de Brasília).
O vice-prefeito foi preso dentro de sua casa, em um condomínio de classe média alta de Manaus. Segundo o secretário-executivo de Inteligência da Polícia Civil do Amazonas, Thomaz Vasconcelos, Souza não ofereceu resistência à prisão, que foi decretada nesta quarta-feira (9) pelo juiz Mauro Antony, o mesmo que decretou a prisão de seu irmão há mais de dois meses.
De acordo com a Polícia Civil, Carlos Souza será encaminhado a uma cela especial da Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa, em Manaus.
Ele é o terceiro integrante da família Souza a ser preso pela polícia amazonense.
O primeiro foi Rafael Souza, filho de Wallace e sobrinho de Carlos.
Ele é acusado de associação ao tráfico e de ser o mandante da morte de traficantes de drogas. Rafael está preso desde o dia 20 de maio.
Wallace Souza, deputado estadual mais votado do Amazonas em 2006, está preso há pouco mais de dois meses em uma cela do Batalhão de Choque da Polícia Militar. Ele foi cassado pela Assembleia Legislativa.
Outro lado
O advogado de Carlos Souza, Félix Valois, disse que ainda não recebeu o despacho da prisão preventiva de seu cliente e que só irá se manifestar oficialmente após ter acesso ao documento.
Valois disse que conversou com o vice-prefeito após a prisão e afirmou que ele está “abaladíssimo”.
“Não sei que medida irei tomar. Não tenho conhecimento dos motivos que levaram à decretação da prisão. Assim que souber, vou ver se entramos com habeas corpus ou outra medida para tirá-lo da prisão”, afirmou.
A Secretaria Municipal de Comunicação de Manaus informou que aguarda um posicionamento do prefeito Amazonino Mendes (PTB), que se encontra em Brasília em uma reunião com ministros de Estado para se manifestar.
Quadrilha agia como milícia
O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) disse nesta quarta-feira (18), em Manaus, que no Amazonas existem milícias armadas semelhantes às encontradas no Rio de Janeiro.
A declaração foi feita durante a visita da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Violência Urbana à capital amazonense que tomou o depoimento de membros da Força Tarefa que investiga o crime organizado no Estado e o envolvimento do ex-deputado estadual Wallace Souza com uma quadrilha que traficava drogas e assassinava os traficantes rivais.
No dia 14 de janeiro de 2010, o jornal A Crítica, no caderno Bem Viver, publicou uma matéria intitulada “Polêmica de Biqueiro”, de autoria de Lane Lima:
Que a Banda da Bica todos os anos satiriza as notícias veiculadas na mídia, principalmente as relacionadas a escândalos políticos, isso todos sabem. Mas, neste ano, as polêmicas giram em torno dos criadores dos divertidos enredos que animam os foliões e biqueiros durante o Carnaval.
O jornalista Mário Adolfo, que já escreveu diversas letras para o evento, também conhecido como a Banda Independente Confraria do Armando, divulgou neste mês a marchinha escrita por ele em parceria com Simão Pessoa, Edu do Banjo e Mestre Pinheiro.
A música intitulada “Irmãos Metralhas, do Parlamento pro Puraquequara”, está disponível há sete dias no Youtube e já tem mais de 1690 acessos.
Composição
O problema é que Armando Soares, proprietário do bar que organiza a banda, não está contente com toda essa divulgação.
“Metem-se a fazer a música, não nos comunicam e ainda vêm cobrar porque estão fazendo propaganda da BICA”, declara Armando.
Ele conta que, o combinado junto aos compositores biqueiros, é que todos se reuniriam para discutir o tema e compor o enredo.
“Mas já apareceram com a música pronta. Eles escrevem, gravam, vendem os discos e não avisam. Quando fico sabendo, a música já está tocando na rádio como a oficial da banda”, declara.
Mário Adolfo, em contrapartida, diz que esse tipo de “atrito” faz parte da tradição do evento.
“A BICA é polêmica, não tem nada oficial. Se quiser fazer minha música, faço. Não tem organização. Ela é anarquista, cada um por si e Deus por todos”, comenta o jornalista que acha saudável esse tipo de discussão.
“Nos ensaios, qualquer um leva sua música. A que for boa, pega. Não existe um compromisso. Fazemos as letras porque, como somos fundadores da BICA, temos um carinho e queremos fazer sempre”, conta Mário e afirma, ainda, não ganhar dinheiro com isso. “Pagamos o estúdio com o nosso bolso”, diz o jornalista.
Mas Armando rebate ao declarar que, ano passado, para a gravação da música que tinha como tema o caso Renata, os compositores pediram mil reais para ajudar com as despesas.
“Eles querem faturar às custas da BICA. Vendem sempre muitos discos e não dão um ‘tostão’ para ajudar o evento”. Ele lembra ainda que apenas nesta época do ano é que os compositores aparecem.
“Durante o do ano passado ninguém frequentou o bar. O único que vi, apenas três vezes, foi o Mário Adolfo”.
Ensaio
Para Mário Adolfo tudo isso não passa de boatos criados para esquentar o assunto. “Somos fundadores da BICA e tem gente que caiu de paraquedas e tenta fazer tumulto. É tudo fofoca. Armando nem se mete nisso, nunca se meteu e não se incomoda”.
Porém, mesmo com problemas de saúde, Armando Soares resolveu intervir e pediu para que outro compositor escrevesse uma letra. “Adal está compondo uma letra da marchinha com o mesmo tema e me entregará amanhã”, afirma.
O proprietário do bar diz que esse ano a Bica está sem recursos, nem mesmo para pagar os músicos que animam a festa.
“Por isso vamos fazer apenas dois ensaios. Um no dia 27 e outro no dia 3 de fevereiro”, avisa. “Não estou bem para aguentar o pique”.
Ele informa ainda que a Banda da Bica será realizada no dia 6, com a mesma estrutura de sempre.
No mesmo dia em que li a matéria de A Crítica enviei um e-mail para o caderno Bem Viver, intitulado “O dono do mocó mete sua colher no mungunzá”, e, sabendo que poderiam não publicar no jornal como direito de resposta, postei o texto no simaopessoa.blogspot.com:
Querida Lane Lima
Apesar de ter sido citado na sua matéria, publicada hoje no caderno Bem Viver, não fui convidado para dar minha opinião. Então, estou aproveitando a oportunidade para esclarecer alguns assuntos.
Como todo mundo já está careca de saber, a BICA foi fundada no Bar do Armando, mas não pertence ao comerciante Armando Soares. Ela é dos foliões amazonenses e ponto final.
Se a BICA hoje desfruta do prestígio que tem é porque há mais de 20 anos, nós, os jornalistas da BICA (eu, Mário Adolfo, Orlando Farias, Inácio Oliveira, Mário Freire, Marco Gomes, Jersey Nazareno, etc) gastamos muito fosfato escrevendo matérias para divulgar a banda nos jornais da cidade.
Se no primeiro desfile, em 1987, a BICA saiu com 500 gatos pingados e no ano passado colocou 40 mil brincantes na rua, foi por causa exclusivamente da imprensa amazonense (jornais, rádios e tevês), sempre muito generosa em nos abrir espaço e cobrir o evento. O Armando não teve nada a ver com isso.
Durante esses anos todos, aliás, o Armando nunca teve qualquer papel importante na organização da banda. Ele se limitava a vender seus sanduíches de pernil e cervejas dentro do bar, tanto nos ensaios, quanto no dia do desfile.
Quem sempre organizou a banda e colocou ela na rua foram Chicão Cruz, Deocleciano Souza, Jomar Fernandes, Pedro Paulo, Julinho da Receita, Manuel Batera, José de Anchieta, Afonso Toscano, José Klein, Felix Valois, Rogelio Casado, Marco Gomes e Alberto Simonetti.
Foram eles que sempre decidiram o tema, correram atrás de patrocínio, tiraram as licenças nos órgãos públicos, confeccionaram as camisas alusivas ao tema, contrataram os músicos, pagaram pela confecção dos bonecos gigantes e construíram os camarotes de convidados especiais e os palcos de apresentação dos músicos.
Isso tudo está devidamente documentado no livro “Amor de BICA”, lançado em 2004, e que teve uma segunda edição em 2005.
Hoje o livro é um item de colecionador, mas ainda pode ser encontrado nas bibliotecas públicas da cidade.
De 1995 até hoje, eu participei da criação de 12 marchinhas da BICA, em parcerias com Afonso Toscano, Mário Adolfo, Edu do Banjo, Mestre Pinheiro, Davi Almeida, Orlando Farias e João Bosco Chamma.
Isso significa dizer que das 22 marchinhas executadas até hoje, quase 60% teve a minha participação direta.
Depois de mim, vem o Afonso Toscano (10 participações) e o Mário Adolfo (8 participações).
Eu desafio o Armando (e qualquer outro biqueiro) a provar que ganhei um único centavo com meu trabalho intelectual nessas composições. Ou que eu tenha, algum dia, cobrado “jabaculê” por estar divulgando a banda.
É verdade que deixei de freqüentar o bar depois da reforma do Largo de São Sebastião.
O Bar do Armando começou a ter preços de bistrô francês (uma cerveja custava 3 reais, enquanto num bar ao lado de casa – o Snoopy – ela custava 2 reais). Era uma questão de lógica cartesiana.
Armando incorreu em outra inverdade, na reportagem citada.
Ele disse que ia pedir ao Adal para compor uma nova marchinha. Bobagem.
A marchinha do Adal foi composta e gravada em estúdio há duas semanas (portanto, bem antes da nossa, que ainda nem foi gravada).
Se eles foram incompetentes pra colocar no YouTube, o problema é deles.
Segue abaixo a letra da marchinha do Adal e, anexo, a gravação em áudio (MP3).
Coragem, irmãos Coragem!
Letra: Aníbal Beça, Marcos Figueira e Narciso Lobo
Música: Bosco dos Aristocratas, Almir Fernandes e Ernesto Coelho
Contra-regra: Carlito Ferraz
Diretor musical: Chico da Baia e Paulo Gilberto
Revisão de texto: Sebastião Reis e Joaquina Marinho
Apoio cultural: Gilberto Mestrinho
Médium: Adal de Paris
Coragem, Irmãos Coragem
Segurem firme que a BICA vai entrar
A festa só tá começando
Tem muita gente nessa fila pra dançar
Metamorfose geral
Festa na BICA
Hoje é carnaval
Trá, trá, trá, trá
Trá, trá, trá,
Bandido bom
É bandido morto!
Trá, trá, trá, trá
Trá, trá, trá,
Nossa metralha
Não perdoa cabra torto!
Do Parlamento ao Puraquequara
O Armando disse,
A dona Lurdes confirmou
Chegou a hora
De pegar a tralha
Boa viagem,
Irmãos Metralha!
Trá, trá, trá, trá
Trá, trá, trá,
Bandido bom
É bandido morto!
Trá, trá, trá, trá
Trá, trá, trá, trá
Nossa metralha
Não perdoa cabra torto!
No dia 5 de fevereiro de 2010, sexta-feira, no site MTV, o jornalista Felipe Carvalho publicou uma matéria intitulada “Se você estiver em Manaus neste sábado, caia na Bica você também”:
Aqui em Manaus, sábado, dia 6, teremos a tradicional Banda Independente da Confraria do Bar do Armando, a popular Bica.
Localizada quase na beira do cartão-postal mais clássico do estado, o Teatro Amazonas, o Bar do Armando é um recinto estilo copo-sujo mas que é frequentado pela nata da sociedade baré, como juízes, advogados, médicos, músicos, jornalistas, atores e multi-empresários.
Desde de janeiro, a Bica não sai da boca do povo. Principalmente por causa da polêmica marchinha deste ano.
Todos os anos, a Banda escolhe um político ou personalidade local que tenha pisado na bola para ser a estrela do enredo do sambinha.
Em 2010, os biqueiros Mário Adolfo, Simão Pessoa, Edu do Banjo e Mestre Pinheiro apareceram com a canção intitulada “Os Irmãos Metralhas do Parlamento ao Puraquequara”, que inclusive já tem clip ao vivo no Youtube e com o seu voto poderá chegar aos 10 mais da MTV.
Irmãos Metralha?
Talvez você, leitor atento ao noticiário nacional, se lembre do caso do deputado estadual amazonense Wallace Souza que teve o mandato cassado e foi preso acusado de comandar o tráfico e de arquitetar assassinatos para transmitir no próprio programa de televisivo.
Então, este cara boa pinta tem mais dois brothers, o vice-prefeito Carlos Souza e o vereador Fausto Souza.
Juntos eles apresentavam um programa tipo Datena, o Canal Livre, e formavam a tríade dos grandes enviados de deos para salvar a população mais humilde.
Após muita investigação e bafafá, o irmão Carlos teve o mesmo destino que Wallace: a Cadeia Pública de Puraquequara. O terceiro está na mira do Ministério Público.
Vai dizer que essa história não vira samba?
A velha Bica de sempre
Mas a polêmica em torno das marchinhas da Bica é antiga.
Disseram-me que antigamente as canções do bloco eram assinadas por algum morto, é, um defunto que enviava a letra pra algum folião que a psicografava ao melhor estilo Chico Xavier.
Tudo isso para evitar retaliações e atos de vinganças aos reais autores.
A Bica é realmente independente e sobrevive exclusivamente da venda de CDs, camisetas e cerveja.
Mas o legal da Bica, além desses tantos de piadas de duplo sentido, está em tocar somente as velhas marchinhas de carnaval, comandado pela banda Demônios da Tasmânia, além dos desfiles de grandes bonecos, pelas ruas de Manaus.
Trata-se de um grande espetáculo de carnaval.
E vale relembrar: se cair na Bica, beba com moderação e use camisinha.
Pois nove meses depois do carnaval chega novembro e, se você se descuidar, a cegonha também vem junto.
No dia 8 de fevereiro de 2010, no jornal Amazonas em Tempo, a jornalista Renata Fonseca publicou uma matéria intitulada “Bandas reúnem 80 mil brincantes”:
Mais de 80 mil pessoas foram ao Centro da Cidade na noite do último sábado, 6, para curtir as marchinhas de Carnaval na Banda Independente da Confraria do Armando, a tradicional Bica, e dançar aos ritmos do axé, samba e pagode na Banda da Difusora.
As duas bandas deixaram as avenidas Eduardo Ribeiro, Sete de Setembro e Dez de Julho completamente tomadas pelos foliões em quase dez horas de muita festa.
Uma das mais populares de Manaus, a Bica reuniu mais de 50 mil foliões. Realizada há 25 anos, a banda atrai milhares de amantes do Carnaval pela característica de resgatar a festa de rua e as marchinhas.
O quinteto de amigas Gleice Magalhães, 30, Silvia Denis, 32, Nura Estevam, 26, Daniele Farias, 30 e Daniele Simão, 30, há cinco anos prestigia a Banda da Bica.
Todos os anos, as amigas se preparam para a festa padronizando fantasias e arrastando um grupo maior de amigos a cada ano.
Este ano, as amigas se fantasiaram de marinheiras e chamaram a atenção por onde passaram.
“É uma banda para reunir toda a família e os amigos. Todos os anos a gente se prepara para essa festa. Ano passado viemos vestidas de enfermeiras e já sabemos qual a nossa fantasia do ano que vem. A tradição das marchinhas de Carnaval é um dos diferenciais da festa”, completou a bióloga Gleice Magalhães.
Na edição deste ano, a Banda da Bica explorou o tema “Irmãos Metralha, do Parlamento ao Puraquequara”, ironizando o suposto envolvimento dos irmãos Carlos, Fausto e Wallace Souza com uma organização criminosa.
O assunto foi bastante repercutido pela imprensa local e até nacional, no ano passado.
Para o proprietário do Bar do Armando, Armando Duarte, que deu origem a Banda da Bica, além da tradicionalidade, o tema também foi uma maneira a mais de atrair o público.
Este ano, a festa disponibilizou para os foliões um abadá caracterizado com o enredo da festa.
Irmãos Metralha
Autores:
Médiuns: Mário Adolfo, Simão Pessoa, Edu do Banjo e Mestre Pinheiro
Conheci um capeta em forma de guri
Conheci um capeta em forma de guri
Como é cruel o Raphael
Botou pimenta no meu pastel
Certo dia na escola perguntou:
Vocês querem bala?
Queremos, sim senhor!
E disparou o berro
Na bunda do professor
Esse moleque
Nunca se emenda
Ofereceu bolacha
Na hora da merenda
E quando a coleguinha
Aceitou
Foi tapa no pé do ouvido
Que a bichinha levou.
Irmãos Coragem
é meu ovo esquerdo!
Cá na BICA do Armando:
Tá todo mundo preso! (BIS)
Canal Livre
É filme de sacanagem
Posam de heróis,
Mas são os reis da pilantragem
No show de horror
Não tem dublê:
Mostra esse cara
Estrebuchando na TV.
Vanessa não fica a toa,
Telefona pro compadre Moa.
Convida o maluco, menina,
Que hoje é domingo
E tem churrasco na piscina.
Amazonino
Ganhou no grito
pra se livrar do vice
Vai pagar taxa do lixo (BIS)
Abaixo, flashes do ensaio na casa do Mário Adolfo, durante a composição da música:
Um escândalo! O deputado estadual mais votado do Amazonas é acusado de envolvimento com traficantes.
O político também apresentava um programa de televisão, que exibia cenas de gente assassinada.
Agora, o detalhe macabro: a polícia acredita que essas mortes eram encomendadas. Pelo próprio deputado apresentador.
“Está aqui o corpo, inclusive está saindo fumaça ainda”, diz um vídeo.
Imagens chocantes no programa policial que o deputado estadual Wallace Souza apresentava em uma TV do Amazonas. Wallace é um ex-policial expulso da Polícia Civil.
“Foi flagrado em uma situação de desvio de combustível, foi excluído do serviço público”, conta o secretário de Segurança Pública do Amazonas, Francisco Sá Cavalcante.
Deputado mais votado na última eleição no Amazonas, Wallace é investigado por formação de quadrilha, associação ao tráfico de drogas e posse ilegal de armas.
Quinze pessoas ligadas a ele já foram presas, entre elas, um coronel da Inteligência da Polícia Militar, vários policiais e o próprio filho do deputado.
“Eu sou inocente”, afirma o filho do deputado.
Além disso, um promotor de Justiça está sendo investigado e juízes do caso andam com escolta 24 horas por dia porque estão ameaçados de morte.
“Ele tem todas as características de crime organizado mesmo. Tem braço no Ministério Público, tem braço na política, tem braço nas polícias. É um estado dentro do estado, né?”, afirma o secretário de Segurança Pública do Amazonas, Francisco Sá Cavalcante.
Autoridades afirmam que alguns dos assassinatos exibidos no programa do deputado foram encomendados pelo próprio parlamentar.
“Eles chegavam na verdade até a criar fatos, se determinava que crimes fossem cometidos pra gerar notícia para o grupo, para o programa”, diz o secretário de Inteligência do Amazonas, Thomaz Augusto Corrêa Vasconcelos.
“Muitas ocasiões eles fabricavam o fato para fabricar notícia”, conta Francisco Sá Cavalcante.
Uma advogada, que pediu para não ser identificada, acusa o deputado de ter batido em seus clientes.
“Chegava, entrava, invadia a casa do meu cliente, saía batendo, dando tapas na cara, puxando pelos cabelos, chamando de safado. Foram diversas pessoas já presenciaram isso. Ele gravava e colocava no programa”, conta a advogada.
O homem que fazia a segurança do deputado e também para o programa de TV é um ex-sargento da PM, Moacir Jorge da Costa, conhecido como Moa. Ele é acusado de nove homicídios.
Em depoimento à polícia, Moacir diz que pelo menos um assassinato foi encomendado por Wallace Souza e gravado pela equipe do programa. Ainda no depoimento, Moacir faz acusações contra o filho do deputado, Rafael Souza.
Depois das acusações, a Justiça autorizou a polícia a fazer busca e apreensão na casa da família do deputado. Durante a busca, o parlamentar ameaça os policiais: “Eu vou voltar pra essa mesma polícia, vou mostrar que eu vou ser secretário de Segurança desse estado”.
“No cofre foi encontrado R$ 250 mil, aproximadamente U$ 15 mil em espécie, que o deputado até hoje, nem Rafael, conseguiram justificar. Fomos surpreendidos por uma quantidade razoável de munição, inclusive munição de uso restrito, nove milímetros; uma lista que constava uma relação de armas de calibre de 762, 556, ponto 40, nove milímetros, ponto 30”, revela o secretário de Inteligência do Amazonas, Thomaz Augusto Corrêa Vasconcelos.
Também foram encontrados na casa do deputado projéteis deflagrados. Uma perícia constatou que esses projéteis foram retirados da cena de um crime: a execução de um traficante conhecido como Bebetinho.
O Ministério Público Estadual investiga a participação de um promotor na entrega dos projéteis à família. A informação partiu de um parente do traficante, que ficou com medo de morrer também.
Repórter: Você entregou essas cápsulas na mão de quem?
Parente do traficante: Do promotor Walber.
Repórter: O que ele fez com essas cápsulas?
Parente do traficante: Passou pra mão do Rafael Souza.
O promotor Walber Nascimento se defende: “Por conta da minha atuação, eu já me vi respondendo a processos disciplinares com a mesma conotação, ou seja, um revide à minha atuação na minha promotoria. Então todos os processos foram arquivados”.
As investigações fizeram com que um juiz, uma juíza e o próprio secretário de Inteligência passassem a ter proteção policial. Várias autoridades estão ameaçadas de morte.
“Eu vivo 24 horas com escolta, porque sei que algumas pessoas que trabalham nesse caso, como promotores e delegados de polícia, já sofreram algum tipo de ameaça”, fala Mauro Moraes Antony, do Tribunal de Justiça do Amazonas.
A juíza federal Jaíza Maria Fraxe foi a responsável pela prisão do braço direito do deputado. O coronel da Polícia Militar, Felipe Rio Branco Arce, que estaria planejando a morte dela.
“Ele teria manifestado uma ira muito grande pelo fato de ter ficado sob prisão provisória pouco mais de dois anos sob a minha jurisdição”, revela Jaíza Maria Fraxe, da Justiça Federal do Amazonas.
“A senhora está falando do coronel Arce?”, pergunta o repórter.
“Exatamente. E isso teria despertado uma ira, uma angústia que transbordou da normalidade e fez com que ele desejasse a minha morte e começasse a planejar”, contou a juíza.
O plano de assassinato não foi adiante, segundo ela, porque o pistoleiro que faria o serviço se recusou a executá-lo quando soube que a vítima era uma juíza federal.
“O Luiz Pulga teria sido contratado pelo grupo criminoso pra retirar minha vida e ele não teria aceito a proposta. Ele teria dito que iria fazer uma denúncia no Ministério Público, quando então resolveram assassiná-lo”, diz a juíza.
O assassinato do pistoleiro foi registrado por câmeras de segurança. O garupa da moto salta, caminha até a vítima, dispara dois tiros e foge.
Esta semana, o Tribunal de Justiça do Amazonas autorizou a investigação sobre o deputado. Três promotores e quatro delegados estão no caso.
“A riqueza probatória contra o deputado é imensa, tanto é assim que o Procurador Geral de Justiça está oferecendo denúncia contra ele junto ao Tribunal de Justiça, por associação por tráfico, por porte ilegal de arma, formação de quadrilha”, diz o promotor Fábio Monteiro.
Procurado pelo Fantástico, o deputado Wallace Souza não quis gravar entrevista. O advogado dele afirma que o deputado é inocente: “Todas essas investigações do Ministério Público, juntamente com a polícia, que formam uma chamada força-tarefa, até hoje não apresentaram nenhuma prova técnica, prova de espécie alguma”, afirma o advogado Francisco Balieiro.
“Tudo que eu vejo por trás disso é a busca do poder. Tudo foi montado pra fortalecer um grupo, não é? E esse grupo chegar ao poder e com o poder avançar ainda mais no crime”, fala o secretário de Segurança Pública do Amazonas, Francisco Sá Cavalcante.
No dia 19 de agosto de 2009, na edição nº 2126, a revista Veja publicava uma matéria intitulada “Mata, filma e mostra”, do jornalista Duda Teixeira:
O repórter caminha em um matagal enquanto fala ao microfone. “Cheiro de churrasco queimado”, diz ele, cobrindo o nariz com a gola da camisa. “Taí o corpo”, afirma alguns passos mais adiante. “É do sexo masculino. Foi desovado aqui. Inclusive tacaram fogo nele.” A cena foi ao ar em Manaus, pouco antes da hora do almoço, no programa Canal Livre, em setembro de 2008.
Depoimentos colhidos pela Justiça do Amazonas neste ano indicam que o corpo, que ainda exalava fumaça nas imagens da TV, era de um traficante de drogas assassinado por ordem do filho do apresentador do Canal Livre, Wallace Souza. Os detalhes revelam uma surpreendente associação entre o crime e a busca por audiência.
A história completa, de acordo com o inquérito, é a seguinte: ao saber que um carregamento de 30 quilos de cocaína chegaria ao Porto de Manaus, o filho do apresentador, Raphael Souza, reuniu um grupo de policiais militares para matar o traficante. Eles se apossaram da carga e avisaram o programa de TV.
No mesmo mês, de acordo com depoimentos que estão no inquérito, Wallace e uma equipe de TV esperaram pacientemente na rua até o apresentador ser avisado, por telefone, da ocorrência de um crime. A equipe chegou a tempo de filmar a agonia da vítima, morta com quatro tiros. Para a polícia, o crime foi cometido por seguranças de Wallace. O Ministério Público denunciou o apresentador e o filho por seis homicídios, número que, dependendo das investigações, pode passar de dez.
Além de apresentador, Wallace é o deputado estadual mais votado do Amazonas. Em companhia do filho e de policiais militares, de arma na mão e colete à prova de balas, ele foi filmado várias vezes invadindo casas, agredindo pessoas e estourando bocas de fumo. Seu lema era “bandido bom é bandido morto”.
A polícia diz que, além de obter imagens inéditas para o programa, o propósito era se apossar da droga de outros traficantes e conquistar pontos de venda. Em todos os homicídios que podem ter tido a participação dos Souza a vítima era ligada ao narcotráfico. Por sinal, Raphael ainda fazia questão de comparecer aos enterros.
Também está no processo que pai e filho ordenaram atos de vandalismo, quebrando vitrines de lojas e janelas de prédios públicos. Além de usar as cenas no programa, eles tinham como objetivo criar uma sensação generalizada de insegurança em Manaus. O pânico, acreditavam, facilitaria a ascensão de Wallace ao cargo de secretário de Segurança Pública.
Por ser deputado, Wallace conta com foro privilegiado e está sendo julgado pelo Tribunal de Justiça do Amazonas. Pode ser indiciado por formação de quadrilha, porte ilegal de armas, corrupção de testemunhas e associação ao tráfico de drogas. Seu filho terá a sentença decretada no fim deste mês. Bandido bom é bandido preso.
No dia 9 de dezembro de 2009, o site UOL Notícias publicava uma matéria intitulada “Irmão de Wallace Souza, vice-prefeito de Manaus é preso”:
O vice-prefeito de Manaus, Carlos Souza (PP), foi preso no começo da noite desta quarta-feira (9), pela Polícia Civil. Ele responde a processo por associação ao tráfico de drogas e é suspeito de ter encomendado a morte de traficantes de drogas.
Ele é irmão do ex-deputado estadual Wallace Souza, acusado de ser o chefe de uma quadrilha que comandava o comércio de drogas no Amazonas e que assassinava traficantes para aumentar a audiência de um programa de TV apresentado pelos irmãos Souza.
Como o prefeito eleito de Manaus, Amazonino Mendes (PTB), está em Brasília, quem assume o comando do município é o presidente da Câmara, Luiz Alberto Carijó (PTB). Amazonino já foi informado da prisão, mas ainda não foi divulgado se ele antecipará sua volta à capital.
A prisão de Carlos Souza aconteceu por volta das 19h50 (horário de Brasília).
O vice-prefeito foi preso dentro de sua casa, em um condomínio de classe média alta de Manaus. Segundo o secretário-executivo de Inteligência da Polícia Civil do Amazonas, Thomaz Vasconcelos, Souza não ofereceu resistência à prisão, que foi decretada nesta quarta-feira (9) pelo juiz Mauro Antony, o mesmo que decretou a prisão de seu irmão há mais de dois meses.
De acordo com a Polícia Civil, Carlos Souza será encaminhado a uma cela especial da Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa, em Manaus.
Ele é o terceiro integrante da família Souza a ser preso pela polícia amazonense.
O primeiro foi Rafael Souza, filho de Wallace e sobrinho de Carlos.
Ele é acusado de associação ao tráfico e de ser o mandante da morte de traficantes de drogas. Rafael está preso desde o dia 20 de maio.
Wallace Souza, deputado estadual mais votado do Amazonas em 2006, está preso há pouco mais de dois meses em uma cela do Batalhão de Choque da Polícia Militar. Ele foi cassado pela Assembleia Legislativa.
Outro lado
O advogado de Carlos Souza, Félix Valois, disse que ainda não recebeu o despacho da prisão preventiva de seu cliente e que só irá se manifestar oficialmente após ter acesso ao documento.
Valois disse que conversou com o vice-prefeito após a prisão e afirmou que ele está “abaladíssimo”.
“Não sei que medida irei tomar. Não tenho conhecimento dos motivos que levaram à decretação da prisão. Assim que souber, vou ver se entramos com habeas corpus ou outra medida para tirá-lo da prisão”, afirmou.
A Secretaria Municipal de Comunicação de Manaus informou que aguarda um posicionamento do prefeito Amazonino Mendes (PTB), que se encontra em Brasília em uma reunião com ministros de Estado para se manifestar.
Quadrilha agia como milícia
O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) disse nesta quarta-feira (18), em Manaus, que no Amazonas existem milícias armadas semelhantes às encontradas no Rio de Janeiro.
A declaração foi feita durante a visita da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Violência Urbana à capital amazonense que tomou o depoimento de membros da Força Tarefa que investiga o crime organizado no Estado e o envolvimento do ex-deputado estadual Wallace Souza com uma quadrilha que traficava drogas e assassinava os traficantes rivais.
No dia 14 de janeiro de 2010, o jornal A Crítica, no caderno Bem Viver, publicou uma matéria intitulada “Polêmica de Biqueiro”, de autoria de Lane Lima:
Que a Banda da Bica todos os anos satiriza as notícias veiculadas na mídia, principalmente as relacionadas a escândalos políticos, isso todos sabem. Mas, neste ano, as polêmicas giram em torno dos criadores dos divertidos enredos que animam os foliões e biqueiros durante o Carnaval.
O jornalista Mário Adolfo, que já escreveu diversas letras para o evento, também conhecido como a Banda Independente Confraria do Armando, divulgou neste mês a marchinha escrita por ele em parceria com Simão Pessoa, Edu do Banjo e Mestre Pinheiro.
A música intitulada “Irmãos Metralhas, do Parlamento pro Puraquequara”, está disponível há sete dias no Youtube e já tem mais de 1690 acessos.
Composição
O problema é que Armando Soares, proprietário do bar que organiza a banda, não está contente com toda essa divulgação.
“Metem-se a fazer a música, não nos comunicam e ainda vêm cobrar porque estão fazendo propaganda da BICA”, declara Armando.
Ele conta que, o combinado junto aos compositores biqueiros, é que todos se reuniriam para discutir o tema e compor o enredo.
“Mas já apareceram com a música pronta. Eles escrevem, gravam, vendem os discos e não avisam. Quando fico sabendo, a música já está tocando na rádio como a oficial da banda”, declara.
Mário Adolfo, em contrapartida, diz que esse tipo de “atrito” faz parte da tradição do evento.
“A BICA é polêmica, não tem nada oficial. Se quiser fazer minha música, faço. Não tem organização. Ela é anarquista, cada um por si e Deus por todos”, comenta o jornalista que acha saudável esse tipo de discussão.
“Nos ensaios, qualquer um leva sua música. A que for boa, pega. Não existe um compromisso. Fazemos as letras porque, como somos fundadores da BICA, temos um carinho e queremos fazer sempre”, conta Mário e afirma, ainda, não ganhar dinheiro com isso. “Pagamos o estúdio com o nosso bolso”, diz o jornalista.
Mas Armando rebate ao declarar que, ano passado, para a gravação da música que tinha como tema o caso Renata, os compositores pediram mil reais para ajudar com as despesas.
“Eles querem faturar às custas da BICA. Vendem sempre muitos discos e não dão um ‘tostão’ para ajudar o evento”. Ele lembra ainda que apenas nesta época do ano é que os compositores aparecem.
“Durante o do ano passado ninguém frequentou o bar. O único que vi, apenas três vezes, foi o Mário Adolfo”.
Ensaio
Para Mário Adolfo tudo isso não passa de boatos criados para esquentar o assunto. “Somos fundadores da BICA e tem gente que caiu de paraquedas e tenta fazer tumulto. É tudo fofoca. Armando nem se mete nisso, nunca se meteu e não se incomoda”.
Porém, mesmo com problemas de saúde, Armando Soares resolveu intervir e pediu para que outro compositor escrevesse uma letra. “Adal está compondo uma letra da marchinha com o mesmo tema e me entregará amanhã”, afirma.
O proprietário do bar diz que esse ano a Bica está sem recursos, nem mesmo para pagar os músicos que animam a festa.
“Por isso vamos fazer apenas dois ensaios. Um no dia 27 e outro no dia 3 de fevereiro”, avisa. “Não estou bem para aguentar o pique”.
Ele informa ainda que a Banda da Bica será realizada no dia 6, com a mesma estrutura de sempre.
No mesmo dia em que li a matéria de A Crítica enviei um e-mail para o caderno Bem Viver, intitulado “O dono do mocó mete sua colher no mungunzá”, e, sabendo que poderiam não publicar no jornal como direito de resposta, postei o texto no simaopessoa.blogspot.com:
Querida Lane Lima
Apesar de ter sido citado na sua matéria, publicada hoje no caderno Bem Viver, não fui convidado para dar minha opinião. Então, estou aproveitando a oportunidade para esclarecer alguns assuntos.
Como todo mundo já está careca de saber, a BICA foi fundada no Bar do Armando, mas não pertence ao comerciante Armando Soares. Ela é dos foliões amazonenses e ponto final.
Se a BICA hoje desfruta do prestígio que tem é porque há mais de 20 anos, nós, os jornalistas da BICA (eu, Mário Adolfo, Orlando Farias, Inácio Oliveira, Mário Freire, Marco Gomes, Jersey Nazareno, etc) gastamos muito fosfato escrevendo matérias para divulgar a banda nos jornais da cidade.
Se no primeiro desfile, em 1987, a BICA saiu com 500 gatos pingados e no ano passado colocou 40 mil brincantes na rua, foi por causa exclusivamente da imprensa amazonense (jornais, rádios e tevês), sempre muito generosa em nos abrir espaço e cobrir o evento. O Armando não teve nada a ver com isso.
Durante esses anos todos, aliás, o Armando nunca teve qualquer papel importante na organização da banda. Ele se limitava a vender seus sanduíches de pernil e cervejas dentro do bar, tanto nos ensaios, quanto no dia do desfile.
Simão Pessoa e Alberto Simonetti na casa de veraneio da Gracionei Medeiros
Quem sempre organizou a banda e colocou ela na rua foram Chicão Cruz, Deocleciano Souza, Jomar Fernandes, Pedro Paulo, Julinho da Receita, Manuel Batera, José de Anchieta, Afonso Toscano, José Klein, Felix Valois, Rogelio Casado, Marco Gomes e Alberto Simonetti.
Foram eles que sempre decidiram o tema, correram atrás de patrocínio, tiraram as licenças nos órgãos públicos, confeccionaram as camisas alusivas ao tema, contrataram os músicos, pagaram pela confecção dos bonecos gigantes e construíram os camarotes de convidados especiais e os palcos de apresentação dos músicos.
Isso tudo está devidamente documentado no livro “Amor de BICA”, lançado em 2004, e que teve uma segunda edição em 2005.
Hoje o livro é um item de colecionador, mas ainda pode ser encontrado nas bibliotecas públicas da cidade.
De 1995 até hoje, eu participei da criação de 12 marchinhas da BICA, em parcerias com Afonso Toscano, Mário Adolfo, Edu do Banjo, Mestre Pinheiro, Davi Almeida, Orlando Farias e João Bosco Chamma.
Isso significa dizer que das 22 marchinhas executadas até hoje, quase 60% teve a minha participação direta.
Depois de mim, vem o Afonso Toscano (10 participações) e o Mário Adolfo (8 participações).
Eu desafio o Armando (e qualquer outro biqueiro) a provar que ganhei um único centavo com meu trabalho intelectual nessas composições. Ou que eu tenha, algum dia, cobrado “jabaculê” por estar divulgando a banda.
É verdade que deixei de freqüentar o bar depois da reforma do Largo de São Sebastião.
O Bar do Armando começou a ter preços de bistrô francês (uma cerveja custava 3 reais, enquanto num bar ao lado de casa – o Snoopy – ela custava 2 reais). Era uma questão de lógica cartesiana.
Armando incorreu em outra inverdade, na reportagem citada.
O compositor Adal de Paris mostrando sua marchinha na sede do Partido Verde
Ele disse que ia pedir ao Adal para compor uma nova marchinha. Bobagem.
A marchinha do Adal foi composta e gravada em estúdio há duas semanas (portanto, bem antes da nossa, que ainda nem foi gravada).
Se eles foram incompetentes pra colocar no YouTube, o problema é deles.
Segue abaixo a letra da marchinha do Adal e, anexo, a gravação em áudio (MP3).
Coragem, irmãos Coragem!
Letra: Aníbal Beça, Marcos Figueira e Narciso Lobo
Música: Bosco dos Aristocratas, Almir Fernandes e Ernesto Coelho
Contra-regra: Carlito Ferraz
Diretor musical: Chico da Baia e Paulo Gilberto
Revisão de texto: Sebastião Reis e Joaquina Marinho
Apoio cultural: Gilberto Mestrinho
Médium: Adal de Paris
Coragem, Irmãos Coragem
Segurem firme que a BICA vai entrar
A festa só tá começando
Tem muita gente nessa fila pra dançar
Metamorfose geral
Festa na BICA
Hoje é carnaval
Trá, trá, trá, trá
Trá, trá, trá,
Bandido bom
É bandido morto!
Trá, trá, trá, trá
Trá, trá, trá,
Nossa metralha
Não perdoa cabra torto!
Do Parlamento ao Puraquequara
O Armando disse,
A dona Lurdes confirmou
Chegou a hora
De pegar a tralha
Boa viagem,
Irmãos Metralha!
Trá, trá, trá, trá
Trá, trá, trá,
Bandido bom
É bandido morto!
Trá, trá, trá, trá
Trá, trá, trá, trá
Nossa metralha
Não perdoa cabra torto!
No dia 5 de fevereiro de 2010, sexta-feira, no site MTV, o jornalista Felipe Carvalho publicou uma matéria intitulada “Se você estiver em Manaus neste sábado, caia na Bica você também”:
Aqui em Manaus, sábado, dia 6, teremos a tradicional Banda Independente da Confraria do Bar do Armando, a popular Bica.
Localizada quase na beira do cartão-postal mais clássico do estado, o Teatro Amazonas, o Bar do Armando é um recinto estilo copo-sujo mas que é frequentado pela nata da sociedade baré, como juízes, advogados, médicos, músicos, jornalistas, atores e multi-empresários.
Desde de janeiro, a Bica não sai da boca do povo. Principalmente por causa da polêmica marchinha deste ano.
Todos os anos, a Banda escolhe um político ou personalidade local que tenha pisado na bola para ser a estrela do enredo do sambinha.
Em 2010, os biqueiros Mário Adolfo, Simão Pessoa, Edu do Banjo e Mestre Pinheiro apareceram com a canção intitulada “Os Irmãos Metralhas do Parlamento ao Puraquequara”, que inclusive já tem clip ao vivo no Youtube e com o seu voto poderá chegar aos 10 mais da MTV.
Irmãos Metralha?
Talvez você, leitor atento ao noticiário nacional, se lembre do caso do deputado estadual amazonense Wallace Souza que teve o mandato cassado e foi preso acusado de comandar o tráfico e de arquitetar assassinatos para transmitir no próprio programa de televisivo.
Então, este cara boa pinta tem mais dois brothers, o vice-prefeito Carlos Souza e o vereador Fausto Souza.
Juntos eles apresentavam um programa tipo Datena, o Canal Livre, e formavam a tríade dos grandes enviados de deos para salvar a população mais humilde.
Após muita investigação e bafafá, o irmão Carlos teve o mesmo destino que Wallace: a Cadeia Pública de Puraquequara. O terceiro está na mira do Ministério Público.
Vai dizer que essa história não vira samba?
A velha Bica de sempre
Mas a polêmica em torno das marchinhas da Bica é antiga.
Disseram-me que antigamente as canções do bloco eram assinadas por algum morto, é, um defunto que enviava a letra pra algum folião que a psicografava ao melhor estilo Chico Xavier.
Tudo isso para evitar retaliações e atos de vinganças aos reais autores.
A Bica é realmente independente e sobrevive exclusivamente da venda de CDs, camisetas e cerveja.
Mas o legal da Bica, além desses tantos de piadas de duplo sentido, está em tocar somente as velhas marchinhas de carnaval, comandado pela banda Demônios da Tasmânia, além dos desfiles de grandes bonecos, pelas ruas de Manaus.
Trata-se de um grande espetáculo de carnaval.
E vale relembrar: se cair na Bica, beba com moderação e use camisinha.
Pois nove meses depois do carnaval chega novembro e, se você se descuidar, a cegonha também vem junto.
No dia 8 de fevereiro de 2010, no jornal Amazonas em Tempo, a jornalista Renata Fonseca publicou uma matéria intitulada “Bandas reúnem 80 mil brincantes”:
Mais de 80 mil pessoas foram ao Centro da Cidade na noite do último sábado, 6, para curtir as marchinhas de Carnaval na Banda Independente da Confraria do Armando, a tradicional Bica, e dançar aos ritmos do axé, samba e pagode na Banda da Difusora.
As duas bandas deixaram as avenidas Eduardo Ribeiro, Sete de Setembro e Dez de Julho completamente tomadas pelos foliões em quase dez horas de muita festa.
Uma das mais populares de Manaus, a Bica reuniu mais de 50 mil foliões. Realizada há 25 anos, a banda atrai milhares de amantes do Carnaval pela característica de resgatar a festa de rua e as marchinhas.
O quinteto de amigas Gleice Magalhães, 30, Silvia Denis, 32, Nura Estevam, 26, Daniele Farias, 30 e Daniele Simão, 30, há cinco anos prestigia a Banda da Bica.
Todos os anos, as amigas se preparam para a festa padronizando fantasias e arrastando um grupo maior de amigos a cada ano.
Este ano, as amigas se fantasiaram de marinheiras e chamaram a atenção por onde passaram.
“É uma banda para reunir toda a família e os amigos. Todos os anos a gente se prepara para essa festa. Ano passado viemos vestidas de enfermeiras e já sabemos qual a nossa fantasia do ano que vem. A tradição das marchinhas de Carnaval é um dos diferenciais da festa”, completou a bióloga Gleice Magalhães.
Na edição deste ano, a Banda da Bica explorou o tema “Irmãos Metralha, do Parlamento ao Puraquequara”, ironizando o suposto envolvimento dos irmãos Carlos, Fausto e Wallace Souza com uma organização criminosa.
O assunto foi bastante repercutido pela imprensa local e até nacional, no ano passado.
Para o proprietário do Bar do Armando, Armando Duarte, que deu origem a Banda da Bica, além da tradicionalidade, o tema também foi uma maneira a mais de atrair o público.
Este ano, a festa disponibilizou para os foliões um abadá caracterizado com o enredo da festa.
O vocalista Biafra, da banda Demônios da Tasmânia
Irmãos Metralha
Autores:
Médiuns: Mário Adolfo, Simão Pessoa, Edu do Banjo e Mestre Pinheiro
Conheci um capeta em forma de guri
Conheci um capeta em forma de guri
Como é cruel o Raphael
Botou pimenta no meu pastel
Certo dia na escola perguntou:
Vocês querem bala?
Queremos, sim senhor!
E disparou o berro
Na bunda do professor
Esse moleque
Nunca se emenda
Ofereceu bolacha
Na hora da merenda
E quando a coleguinha
Aceitou
Foi tapa no pé do ouvido
Que a bichinha levou.
Irmãos Coragem
é meu ovo esquerdo!
Cá na BICA do Armando:
Tá todo mundo preso! (BIS)
Canal Livre
É filme de sacanagem
Posam de heróis,
Mas são os reis da pilantragem
No show de horror
Não tem dublê:
Mostra esse cara
Estrebuchando na TV.
Vanessa não fica a toa,
Telefona pro compadre Moa.
Convida o maluco, menina,
Que hoje é domingo
E tem churrasco na piscina.
Amazonino
Ganhou no grito
pra se livrar do vice
Vai pagar taxa do lixo (BIS)
Maria Mestrinho, Mario Adolfo e Mario Adolfo Filho
Manuel Batera e Orlando Farias
Mestre Pinheiro e José Renato, fundador do Bloco das Cachorras
As preparadas do Bonde do Tigrão, de Maués
A vereadora Lucia Antony e Pachequinho, ex-homem forte do boto navegador
Marta Regina exibindo seus olhos cor de violeta
Armando, Isabel Macedo e o garçom Montanha
Lourenço Filho, Cristina e Mário Adolfo
Jander Vieira, Isadora, Marcela e Mário Adolfo
Mestre Pinheiro e Beatriz
Cartum de Junior Lima alusivo ao tema
Abaixo, flashes do ensaio na casa do Mário Adolfo, durante a composição da música:
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