sexta-feira, 29 de maio de 2015

Uma história que deu samba (2)


Ciata, uma tia que foi a mãe do samba
No contexto do qual resultou a fixação do samba no Rio de Janeiro nos últimos anos do século 19 e nos primeiros do século 20, a presença das chamadas “tias” baianas foi da maior importância, sob qualquer ângulo que se estude a questão.
Como guardiãs da cultura popular que elas mesmas transportaram de Salvador para o Rio de Janeiro, como transmissoras dessa mesma cultura para seus descendentes e para os que delas se aproximaram na nova terra, como sacerdotisas de cultos e ritos herdados de ancestrais africanos e legados ao futuro, como festeiras eméritas, mestras na arte do samba, versadoras, improvisadoras, cantadeiras, passistas e mesmo como cozinheiras absolutas, mantendo por dias os fogões acesos e os quitutes quentinhos para os que vinham “brincar o samba” em seus casarões em festanças que chegavam a durar uma semana.
Dessa nobre estirpe faziam parte Tia Bebiana, Tia Preseiliana de Santo Amaro, Tia Veridiana, Tia Josefa Rica e tantas outras.
Porém, ao ser focalizada a história do samba, o nome que aparece sempre com mais destaque, citado nas entrevistas dos contemporâneos como João da Baiana, Pixinguinha e Donga, entre outros, e por todos os historiadores e pesquisadores, é o de Hilária Batista de Almeida, a Tia Ciata para a maioria, ou Tia Asseata para alguns.
Casada com João Batista da Silva, um negro também baiano que havia cursado – sem concluir – medicina em Salvador e ocupava bons empregos no Rio, por conta de seu preparo intelectual, Ciata reinava absoluta no casarão da Rua Visconde de Itaúna onde segundo Pixinguinha “tocava-se choro na sala e samba no quintal”.
Tal divisão era explicada pelo fato de o choro ser tolerando pela polícia, enquanto o samba era considerado coisa de marginais e, por isso mesmo, perseguido e reprimido com violência. Como a posição social dos donos da casa estava acima do habitual, gozando de certo prestígio perante as autoridades, usava-se o disfarce do choro na sala da frente e sambava-se à vontade no quintal sem que a polícia batesse à porta.

Dona Lili, neta mais velha de Tia Ciata
Mãe-de-santo afamada, Tia Ciata festejava seus orixás, sendo famosas suas festas de São Cosme e Damião e de sua Oxum, Nossa Senhora da Conceição. Nas festas profanas, suas habilidades de partideira a destacavam nas rodas de partido-alto, e seu neto Bucy Moreira aprendeu com ela o segredo do “miudinho”, uma forma de sambar de pés juntos que exige destreza e elegância, no qual Ciata era mestra.
Além de cozinheira perfeita, a baiana tinha mão abençoada para doces, no testemunho de quantos os saborearam. Vestida de baiana, também os comercializava pelas ruas do Rio de Janeiro e com tino comercial alugava roupas de baiana para outras vendedoras, chegando a manter uma equipe só sua de ambulantes nas ruas.

As vestimentas típicas das baianas da Tia Ciata já prenunciavam as luxuosas ou imaginosas fantasias das Alas de Baianas, quesito obrigatório das escolas de samba. Colares, pulseiras, adereços, enfeites, torsos de seda, panos da Costa do Marfim e turbantes ganhariam depois o mundo nas fantasias estilizadas de Carmem Miranda.
Já viúva, reverenciada como rainha (no carnaval, os ranchos desfilavam sob sua janela), figura exponencial da Festa da Penha, faleceu em 1924, cercada pelo respeito de pessoas de todas as camadas sociais da cidade.

Neto de Tia Ciata e filho de um abastado baiano, Bucy Moreira teve uma vida folgada e boêmia que o tornou importante compositor e um dos primeiros elos a unir o samba que se fazia na Cidade Nova e o que começava a aparecer nas favelas. Frequentador do morro de São Carlos, foi lá que ensinou o que aprendera com a avó.

Participante ativo da comunidade baiana do Rio de Janeiro, Hilário Jovino Ferreira – na foto com seus filhos – na realidade era pernambucano, criado em Salvador. Líder nato, iria fixar-se já adulto no Rio e não demoraria a se envolver com as coisas de música, transmitindo sua experiência aos novos amigos do Morro da Conceição, onde se instalou.
Aproximou-se do Rancho Dois de Ouro, mas não gostou e fundou o Rei de Ouro, um dos muitos que criaria em sua vida de “ranchista”, dentro de moldes nordestinos, e fez muito sucesso desde sua estreia, no Carnaval.
Figura donjuanesca, indispô-se com Tia Ciata por ter namorado sua filha Mariquita e fugido com Tia Amélia Kitundi, bonita mulata, amiga da baiana.
O primeiro samba?

Mesmo que se conheçam algumas gravações como de “Em Casa De Baiana”, um partido-alto de autor desconhecido, feitas por um conjunto instrumental para a Casa Faulhaber (Favorite Record nº 1-452.216), em 1911, e a do samba assinado por Catulo da Paixão Cearense, “A Viola Está Magoada”, por volta de 1913, interpretado pelo cantor Bahiano em dupla com Júlia Martins, para a Casa Edison, do Rio de Janeiro, o primeiro samba gravado, reconhecido “oficialmente” como pioneiro, é o clássico “Pelo Telefone”, que chegou ao disco em 1917.
A se considerar seu nascimento real e a época na qual foi composto, a sua idade vai perder-se no terreno das conjeturas, das hipóteses, das histórias bem ou mal contadas de disputas autorais, de pretensos autores e até de autoras. O primeiro samba nasceu em meio a uma nebulosa que jamais se dissipou.
Ernesto dos Santos, o sambista Donga, registrou sua partitura na Biblioteca Nacional em novembro de 1916. No documento ele não incluiu nenhum parceiro, ficando a música como de sua única autoria, na forma em que foi impressa depois no Instituto de Artes Gráficas.
Mas os sambistas que frequentavam a casa da baiana Tia Ciata já conheciam há muito tempo o refrão de “Pelo Telefone”, acostumados que estavam a improvisar versos em torno da canção, no melhor estilo partido-alto tão em voga nos primeiros anos do século 20.
Um deles, o jornalista carnavalesco Mauro de Almeida, conhecido pelo apelido de “Peru dos Pés Frios”, acabou sendo incluído posteriormente como coautor do samba (na realidade ainda bastante “amaxixado” em sua forma rítmica e harmônica) e assim aparece no selo do disco pioneiro, gravação de número 121313, feita de forma apenas orquestral pela Banda Odeon para a Casa Edison, do Rio de Janeiro.
Na voz do cantor Bahiano, um dos pioneiros da fonografia no Brasil, que gravou inúmeros gêneros, mas fixou seu nome na história da música popular ao gravar o referido samba “Pelo Telefone”, acontece logo em seguida o segundo registro sob o selo número 121322, tudo levando a crer que, entre um disco e outro, oito gravações de diferentes gêneros foram feitas.

Donga contestava essa versão e garantia que Bahiano gravara primeiro e a Banda Odeon alguns meses depois, criticando até mesmo o que chamava de “bandinha da Casa Edison” e torcendo o nariz também para a interpretação do cantor, que viria a se tornar histórica.
Para o autor oficial de “Pelo Telefone”, quem melhor atendeu sua obra e melhor a transpôs para o disco foi a Banda do Primeiro Regimento de Infantaria da Bahia, quando esteve no Rio de Janeiro para um concurso de bandas de música.
Ainda, segundo o mesmo Donga, as outras gravações eram “em sua maioria, horríveis, algumas um pouco melhores”. Uma das hipóteses levantadas para o fato de Donga ter registrado “Pelo Telefone” apenas em seu nome é a de que ele não se conformava com o anonimato que cercava os compositores de seu grupo e pretendia, por intermédio da novidade musical, romper fronteiras, tornar-se conhecido, chegar ao sucesso, assumindo-se profissionalmente como compositor.
Com essa atitude pioneira, o senhor Ernesto dos Santos “tornou-se o primeiro indivíduo-compositor”, valendo-se de “uma forma de autoria individualizada e de uma estratégia de circulação que contribuiu para o sucesso da canção”, no dizer do autor Jorge dos Santos Caldeira Neto em sua análise do samba.
O mesmo analista garante que “Donga projetou um gênero musical para a sociedade, que acabou por adotar esse gênero como se fosse seu”. O samba dava os primeiros passos para abrir a porta de saída do gueto negro e ganhar as ruas da cidade do Rio de Janeiro.
Parodiado jocosamente, usado como veículo publicitário, assobiado nas ruas e cantado nas festas ricas e pobres, o primeiro samba cumpriu o seu papel de pioneiro desde a primeira vez, no final de 1916, quando foi mostrado em um cine-teatro para um público maior do que aquele que frequentava o casarão comandado por Tia Ciata.
Após ter sido gravado, abriu um capítulo novo na história da música popular brasileira, provocando uma série de imitações – quando não plágios – de tímidos seguidores. Gradativamente fez escola, tomou forma, criou estilo, empolgou poetas populares e até eruditos, arregimentou músicos da melhor qualidade para sua órbita de influência, deixou de ser considerado marginal, pouco a pouco foi ganhando respeito como arte popular até adquirir status de gênero musical por meio do qual o mundo reconhece o Brasil.
Gravado e regravado um sem-número de vezes (com qualidade ou sem ela, como já disse Donga), “Pelo Telefone” chega quase ao seu centenário com a necessária agilidade nos pés, o importante jogo de cintura e a malandragem serena, virtudes sem as quais samba e sambista jamais existiriam.
Donga registrou, mas o primeiro samba teve vários compositores

A história que deu origem ao samba é bem conhecida. No dia 20 de outubro de 1916, Aurelino Leal (foto), chefe de polícia do Rio de Janeiro, então Distrito Federal, determinou por escrito aos seus subordinados que avisassem antes, pelo telefone, aos infratores, sobre a futura apreensão do material usado nos jogos de azar.
Imediatamente o humor carioca se apropriou da comicidade do episódio, que foi cantado em versos improvisados nas festas de Tia Ciata e posteriormente registrado por Donga em seu nome. É lógico que os versos “oficiais” do sambista eram diferentes daqueles que ridicularizavam o chefe de polícia pelas ruas da cidade.
A versão popular do samba, a que corria na boca do povão, dizia o seguinte: “O chefe da polícia / Pelo telefone / Mandou avisar / Que na Carioca / Tem uma roleta / Para se jogar... / Ai, ai, ai / O chefe gosta da roleta / Ô maninha / Ai, ai, ai / Ninguém mais fica forreta / Ê maninha. / Chefe Aurelino, / Sinhô, sinhô / É bom menino, / Sinhô, sinhô, / Pra se jogar, / Sinhô, sinhô, / De todo o jeito, / Sinhô, sinhô, / O bacará / Sinhô, sinhô / O pinguelim, / Sinhô, sinhô / Tudo é assim.”

A letra registrada por Donga, que passou a ser conhecida como original e aparece nas gravações até hoje, é um pouco mais alongada, homenageando o “Peru”, o jornalista Mauro de Almeida, e o “Morcego”, Norberto do Amaral Júnior, figura conhecida no Clube dos Democráticos.
Além disso, a letra também incorpora alguns elementos do folclore nordestino: “O chefe da folia / Pelo telefone / Manda me avisar / Que com alegria / Não se questione / Para se brincar. / Ai, ai, ai, / Deixa as mágoas para trás / Ô rapaz! / Ai, ai, ai / Fica triste se és capaz / E verás / Tomara que tu apanhes / Pra nunca mais fazer isso / Tirar amores dos outros / E depois fazer feitiço... / Ah, se a rolinha / Sinhô, sinhô / Se embaraçou / Sinhô, sinhô / É que a vizinha / Sinhô, sinhô / Nunca sambou / Sinhô, sinhô, / Porque esse samba, / Sinhô, sinhô / É de arrepiar, / Sinhô, sinhô, / Põe perna bamba, / Sinhô, sinhô, / Mas faz rodar, / Sinhô, sinhô. / O “Peru” me disse / Se o “Morcego” visse / Eu fazer tolice, / Que eu então saísse / Dessa esquisitice / De disse, não disse. / Ai, ai, ai / Aí está o canto ideal / Triunfal / Ai, ai, ai / Viva o nosso carnaval, / Sem rival. / Se quem tira amor dos outros / Por Deus fosse castigado / O mundo estava vazio / E o inferno habitado. / Queres ou não / Sinhô, sinhô, / Vir pro cordão, / Sinhô, sinhô / E ser folião / Sinhô, sinhô / Do coração, / Sinhô, sinhô / Por este samba.”
O sucesso cercou “Pelo Telefone” dos mais variados aspectos possíveis, fugindo da simples consequência musical, de cair na preferência popular, no assobio das calçadas e na cantoria das festinhas de subúrbio. De repente, apareceu um sem-número de pais-da-criança, cada um puxando a brasa para sua sardinha, todo mundo ignorando a iniciativa de Donga em registrar oficialmente sua autoria na Biblioteca Nacional.
Na verdade, o samba vinha sendo cantado na casa de Tia Ciata de maneira informal, como partido-alto e com a participação da dona da casa, emérita partideira, que com certeza introduziu nele seus improvisos, o mesmo fazendo seu genro, Mestre Germano, e o “ranchista” Hilário Jovino.
Da cantoria, participavam também Donga, o jornalista Mauro de Almeida – a quem Almirante credita a autoria indiscutível do samba –, João da Mata, supostamente o dono do refrão, e o invocado Sinhô, que, como autor da frase “samba é que nem passarinho, está no ar é de quem pegar”, evidentemente, tentou também se apossar da paternidade da novidade.
Cantado em público pela primeira vez (segundo Almirante) no Cinema Teatro Velo, à Rua Haddock Lobo, na Tijuca, despertou de imediato a cobiça alheia e – com razão ou sem ela – pipocaram contestações de todos os lados quanto à autoria de Donga.
As primeiras partituras, ainda na ortografia da época, que grafava Telephone, exibiam apenas o nome de Donga. A grita que se seguiu não teve muitos resultados, mas pelo menos serviu para que Mauro de Almeida fosse reconhecido como um dos parceiros.

O Peru dos Pés Frios, como era conhecido o jornalista carnavalesco, aparece aqui em raríssima foto, mesmo porque faleceu pouco tempo depois da gravação do samba, ficando todas as luzes apenas sobre Donga, que delas sempre soube tirar proveito pessoal.
A escaramuça mais agressiva partiu de Tia Ciata, criando uma briga pública entre ela e Donga, que os tornou inimigos pelo resto da vida.
A gota d’água veio por meio de um anúncio publicado com destaque no Jornal do Brasil garantindo que no carnaval de 1917, na Avenida Rio Branco, seria cantado o “verdadeiro tango ‘Pelo Telefone’ dos inspirados carnavalescos João da Mata, o imortal Mestre Germano, a nossa velha amiguinha Ciata, o bom Hilário, com arranjos do pianista Sinhô, dedicado ao falecido repórter Mauro de Almeida”, seguindo-se a letra com o nome de “Roceiro”, denunciando Donga nas entrelinhas: “Pelo telefone/ A minha boa gente/ Mandou avisar/ Que meu bom arranjo/ Era oferecido/ Para se cantar / Ai, ai, ai/ Leve a mão na consciência,/ Meu bem!/ Ai, ai, ai/ Mas porque tanta presença, meu bem? / Ó que caradura/ De dizer nas rodas/ Que esse arranjo é teu!/ É do bom Hilário/ E da velha Ciata/ Que o Sinhô escreveu / Tomara que tu apanhes/ Para não tornar a fazer isso,/ Escrever o que é dos outros/ Sem olhar o compromisso”.
Não faltaram também os aproveitadores de ocasião, que, na esteira do êxito da gravação de Bahiano, correram atrás dos lucros gordos que se imaginava estarem entrando nas burras dos autores de “Pelo Telefone” (Mauro de Almeida jamais recebeu um tostão de direitos autorais... ). Carlos Lima editou “Chefe Da Folia No Telefone”, J. Meira registrou “Ai, Si A Rolinha Sinhô” e Maria Carlota da Costa Pereira se apresenta como autora de “No Telefone, Rolinha, Baratinha & Cia”.
As versões gravadas nos últimos tempos por Martinho da Vila, Fundo de Quintal, Zeca Pagodinho, Jorge Aragão e muitos outros, utilizam a primeira parte do refrão popular com a segunda parte da letra de Donga, mostrando que “Pelo Telefone” continua sendo o “Frankenstein” musical mais longevo da história do samba.
Mais de dez sambas foram gravados antes de Pelo Telefone

O compositor Donga fez fama e deitou na cama
Apesar da polêmica, “Pelo Telefone” se transformou no marco inicial da história fonográfica de um novo gênero musical chamado samba, mas até nisso há controvérsias. Diversos historiadores já registraram, em suas pesquisas, gravações anteriores que podem ser reconhecidas como samba e que comprovadamente foram gravadas antes da composição assinada pela dupla Donga/Mauro de Almeida.
O sucesso comercial de Fred Figner e de sua Casa Edison, no Rio de Janeiro, provocou o aparecimento de concorrentes no Brasil inteiro e o surgimento de uma variedade enorme de selos fonográficos. A maioria de vida curta é bem verdade, mas que acabou por contribuir culturalmente para a consolidação da música popular brasileira e influir na instalação da indústria fonográfica no país.
A gravadora Odeon, por exemplo, que registrou o chamado samba pioneiro de Donga, antes dele já havia gravado, na série lançada entre 1912 e 1914, “Descascando O Pessoal” e “Urubu Malandro”, classificados como sambas no próprio catálogo da fábrica. Na série de 1912 a 1915 consta “A Viola Está Magoada”, de Catulo da Paixão Cearense, interpretada por Bahiano e Júlia Martins, além de “Moleque Vagabundo”, de Lourival Carvalho, também identificados como samba.
O samba “Pelo Telefone” tem o número de série 121313, mas anteriores a ele são ainda “Chora, Chora, Choradô” (121057), cantado por Bahiano, “Janga” (121165), com o Grupo Paulista, e “Samba Roxo” (121176), com Eduardo das Neves.
O selo Columbia editou uma série entre 1908 e 1912, aparecendo nela como “samba” a gravação “Michaella”, interpretada por Bartlet, “Quando A Mulher Não Quer”, com Arthur Castro, e “No Samba”, gravado por Pepa Delgado e Mário Pinheiro.
A Favorite Record gravava na Europa para a Casa Faulhaber, do Rio de Janeiro, entre 1910 e 1913, e em seu catálogo se encontra a gravação “Samba – Em Casa De Baiana”, com o Conjunto da Casa Faulhaber, identificada na abertura como “samba de partido-alto”. O disco tem o título simples de “Samba”, sem indicação de intérprete ou autoria.
O selo Phoenix também pertencia à família Figner e gravou de 1914 a 1918 para a Casa Edison, de São Paulo. Os sambas que nele aparecem são anteriores a 1915, ano da gravação 70.711 (“Flor do Abacate”), como provam suas numerações: “Samba Do Urubu” (70.589), com o Grupo do Louro, “Samba Do Pessoal Descarado” (70.623), com o Grupo dos Descarados, “Vadeia Caboclinha” (70.691), com o Grupo Tomás de Souza, e “Samba Dos Avacalhados” (70.693), com o Grupo do Pacheco, Coro e Batuque. 
Da mesma maneira como existem dúvidas quanto à verdadeira autoria de “Pelo Telefone”, não se pode concluir com inteira certeza qual o primeiro samba realmente gravado.

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