sexta-feira, 1 de abril de 2011

GRES Reino Unido da Liberdade - Carnaval 2010


Enredo: O Morro canta, o Amazonas se encanta, com a saga do Boto que navegou sem medo!

Quadra lotada e muito samba no pé. Foi assim a grande final para a escolha do Samba de Enredo 2010 do GRES Reino Unido da Liberdade, realizada no domingo, dia 4 de outubro de 2009.

Durante todas as eliminatórias do samba, foram mostrados 19 sambas de alto nível, resultando em uma disputa acirrada, que consagrou campeão, ou melhor, bi-campeão, o compositor Marquinhos Negritude.

Ele já havia ganhado a disputa para a escolha do samba enredo de 2009 e repetiu a façanha na disputa do samba de 2010.

A escola iria mostrar no Sambódromo a trajetória política de Gilberto Mestrinho, que utilizava como mote das campanhas o slogan “Rumo certo com Gilberto”, cujo símbolo era um boto tucuxi empunhando um leme de embarcação.

O boto navegador acabou se transformando em “apelido” político de Gilberto Mestrinho.


O ex-governador e ex-senador amazonense Gilberto Mestrinho, 81, morreu às 9h10 de um domingo, 19 de julho de 2009, no Hospital Prontocord, em Manaus.

Presidente regional do PMDB, Mestrinho estava internado desde o dia 3 por conta de uma infecção nos rins.

O boletim oficial com a causa da morte ainda não foi divulgado. Ele teve uma parada cardíaca por volta de 8h. A equipe médica tentou reanimá-lo, mas ele não resistiu.

De acordo com a assessoria do ex-parlamentar, o boletim médico divulgado apontou como causa da morte uma insuficiência cárdio-respiratória.

Mestrinho estava com 81 anos, deixou esposa, nove filhos e mais de 20 netos.

O boto navegador começou a carreira política na década de 1950 como prefeito de Manaus, numa época em que os chefes do Executivo Municipal eram escolhidos pelos governadores.

Exerceu o mandato de prefeito, foi deputado federal por Roraima, três vezes governador do Amazonas e senador por uma legislatura, que terminou em 2007.

Defensor da biodiversidade, ele deixou um livro escrito com suas principais teses ecológicas, “Amazônia Terra Verde – Futuro da Humanidade”, que foi prefaciado pelo escritor Márcio Souza.

Em princípio, a internação se deu por causa da infecção nos rins. Nos 17 dias que ficou internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Prontocord, ele teve complicações derivadas de câncer nos pulmões.

Na sexta-feira, 17, a enfermeira e assessora Ivaneide Ramos divulgou um boletim médico apontando uma “progressiva melhora, mas sem previsão de alta”. De acordo com esse boletim, o ex-senador estava consciente, lúcido e respondendo bem aos medicamentos.


No mesmo dia em que Gilberto Mestrinho faleceu, o ex-prefeito de Manaus Serafim Corrêa publicou no Blog do Sarafa o texto abaixo:

O passamento do professor Gilberto Mestrinho é uma grande perda para o Amazonas. Diria até que a perda política, embora seja grande, é menor do que a perda do homem em si e o que ele representava enquanto pessoa.

No campo da política, estivemos em lados opostos desde quando ele voltou até 1996 quando após disputar a eleição para Prefeito apoiou-me no segundo turno. Daí surgiu uma relação pessoal, de mútuo respeito e consideração, muito mais do que uma relação política. E é sobre essa que quero dar aqui um testemunho.

Vez por outra conversávamos. Ele sempre tinha um exemplo de vida, uma história, uma situação para contar e que servia de exemplo para mim que sou de uma geração depois da dele. Ele pensava política sim, mas não apenas a política. Tinha uma visão boa do Brasil e do mundo, tinha críticas consistentes a tanta coisa, mas as fazia de modo elegante e sem ofender ninguém.

No dia seguinte às eleições de 2006, telefonei e fui à sua casa junto com o Marcelo. Depois chegaram o Arlindo Porto e o João Thomé. Conversamos e embora o resultado tivesse sido adverso, ele não mostrou nenhuma mágoa. Falou com tranquilidade e relembrou momentos importantes da sua vida pública .

Quando ele voltava à Manaus, sempre nos falávamos. Levei-o certa vez a visitar o Parque dos Bilhares ainda em obras. Ele relembrou o que era aquela área da cidade antigamente. Inaugurei um laboratório na Unidade Balbina Mestrinho na Cidade Nova e o convidei.

Em 2007, inaugurei uma escola com o nome do seu filho. A diretora organizou uma festa muito bonita onde ele foi homenageado. As crianças cantaram o “Boto Navegador”.

Na minha vez de falar, relembrei o afeto que ele sempre teve com os pequeninos e recitei uma outra música, lá dos anos 50, que dizia: “Gilberto é amigo das crianças, Gilberto é a nossa esperança, O meu coração pra ti está aberto, Por isso nós estamos tinindo com Gilberto”.

O Amazonas perde um grande homem, no sentido amplo da palavra. Dele quero guardar as palavras de estímulo, de carinho, e a sua imagem de alegria, tão bem registrada nas fotos da inauguração da escola.

Meus sentimentos aos seus familiares.

Descansa em paz, professor Gilberto.


Samba-enredo: “O Morro canta, o Amazonas se encanta com a saga do Boto que navegou sem medo”

Compositores: Marquinhos Negritude, Marcão do Reino, Herlom, Ney Butica e Marcondes Kalango

Intérprete: Wilsinho de Cima

Reino Unido é sedução
Resistência e gratidão
Sentimento é Boto Navegador
Gilberto ô ô ô
O Morro vem cantar
Com as bênçãos do Divino
Em Lábrea o sonho de menino
Foi traçado seu destino
Partiu pro Amazonas encantar
Precoce, filho da floresta
Na palma da mão conhecia esse lugar
Fé no timoneiro, caboclo guerreiro
Foi mestre na arte de ensinar
Fazer o bem sem ver a quem
Não desistir e nem desanimar
Amazônia Terra Verde – Futuro da Humanidade
Defensor da biodiversidade
Hoje o palácio abriu pra você
Vai ter brinquedo, alegria pra valer
Coração de criança bate feito tambor
Meu maior presente foi o teu amor
No rumo certo, sem medo de ser feliz
Vamos cantar em tom de liberdade
Gilberto Mestrinho reinou de corpo e alma
De braços abertos, agradeço e bato palma
A passarela do samba, palco de emoções
Transbordando alegria, agremiações
Banho de felicidade, amazonense a sorrir
Hoje o Reino e foliões são botos tucuxis


Em dezembro de 2009, durante uma noite de muita beleza e samba no pé na quadra do GRES Balaku Blaku, com mais de 3 mil pessoas presentes, foi escolhida a nova Corte da Folia de 2010.

Representantes das escolas A Grande Família, Vitória Régia, Sem Compromisso e Reino Unido foram os vencedores do concurso que escolheu o Passista de Ouro, Rei Momo, Mulata de Ouro e Rainha do Carnaval.


A estudante Juliana Barreto, 22, representante do GRES Reino Unido da Liberdade, foi eleita pelos jurados a nova Rainha do Carnaval manauense.


Como Passista de Ouro foi escolhido Nailson Granjeiro, representante da A Grande Família.


Com 160 quilos e 22 anos, Rodolfo Herculano, representante da Vitória Régia, continuou com a coroa de Rei Momo.


A estudante Rebeca Pinheiro, da Sem Compromisso, foi eleita a nova Mulata de Ouro do Carnaval de Manaus.

Os vencedores receberam da Associação do Grupo Especial das Escolas de Samba de Manaus (Ageesma) uma quantia de R$ 1 mil, como prêmio do concurso.

Ao final do evento, a ex-rainha do Carnaval de 2009 Júlia Vargas, não contente com a escolha dos jurados, chorou e saiu do palco, mas depois voltou e teve que passar a coroa para a estudante Juliana Barreto, 22, que representou a escola Reino Unido da Liberdade.

Muito emocionada, Juliana disse que ganhar o concurso de Rainha do Carnaval é o sonho de toda menina criada nas comunidades que envolvem o samba.

“Estou feliz e agradeço a Deus e a comunidade do Morro da Liberdade, que me conhecem desde pequena. É um sonho que realizo nesta noite”, disse a estudante.

Juliana teve a mesma pontuação da representante de A Grande Família, Mayla Jéssica de Oliveira.

Baseada no regulamento do concurso, no qual informa que quando ocorrer o empate a vencedora seria aquela que tiver a maior pontuação no quesito samba no pé, a Ageesma refez a contagem deste item, mas as duas concorrentes se mantiveram empatadas com notas máximas (30).

No segundo critério de desempate (comunição), a represenante da Reino teve 29,9, pontos, um décimo a mais do que Mayla, que teve neste quesito a pontuação de 29,8.


Outro empate ocorreu na escolha do Passista de Ouro, no qual Julio César (Balaku Blaku) e Nailson Granjeiro (A Grande Família) mantiveram as mesmas notas nos três quesitos.

O regulamento informa que quando ocorrer empate nos três quesitos, o candidato mais velho é o grande vencedor. Portanto, o representante da A Grande Família levou a melhor.

Aos cargos de Mulata de Carnaval e Rei Momo os jurados furam unânimes e deram o título para a representante da Sem Compromisso, Rebeca Pinheiro (Mulata de Ouro) e o título de Rei Momo foi para Rodolfo Herculano, de 22 anos e 160 quilos.


No domingo, dia 7 de fevereiro, o GRES Reino Unido da Liberdade encerrou os seus preparativos para o desfile oficial de 2010.

A programação começou a partir do meio-dia com a concentração de dezenas de carros e motos em frente a sua quadra de ensaio para a Grande Carreata, que percorreu as principais ruas da Zona Sul e Centro de Manaus.

A Carreata concluiu o seu percurso na Concentração da Escola para o grande Ensaio Geral, ultimo desfile técnico da Reino Unido antes do desfile oficial no dia 13 de fevereiro.

A concentração aconteceu na Rua Maués, ao lado da Fogás, no bairro da Cachoeirinha, de onde saiu com destino ao Morro da Liberdade, atravessando a ponte da Maués.

Todos os quesitos da escola verde e branca do Morro fizeram parte desse cortejo: Comissão de Frente, casais de Mestres-Salas e Porta-Bandeiras, Baianas, Ala Show, Ala das Crianças, Alas Sincronizadas e demais alas, todas sob a coordenação da equipe de Harmonia.

O objetivo era agradecer a comunidade da Zona Sul pelo apoio e carinho dedicados a escola e aperfeiçoar os detalhes para garantir um desfile compatível com a grandiosidade que a Reino Unido da Liberdade costuma apresentar na passarela do samba.


De acordo com o presidente Jairo de Paula Beira-Mar, há muitos anos a Reino Unido vem desfilando com pinta de campeã, bonita e envolvente, contagiando a todos, mas, há 10 anos o titulo se nega a vir para o Morro da Liberdade.

“Este ano a nossa escola virá muito mais determinada, muito mais ousada, muito mais bonita, procurando manter a Nota 10 do inicio ao fim do seu desfile em todos os seus quesitos”, avisou Beira-mar. “Afinal é o trabalho de um ano inteiro em busca do sorriso que o Morro da Liberdade e demais admiradores merecem ter de volta”.


No sábado gordo, no Sambódromo, mal começou a madrugada de domingo, o GRES Reino Unido da Liberdade iniciou o desfile com uma imensa explosão de fogos de artifício e uma alegria contagiante.

A Reino Unido trouxe muita sofisticação para a avenida. Plumas e paetês foram bastante usados pela escola nas alas que componham o desfile.


A alegoria Abre-Alas teve como destaque o verde, dando referência como cor principal da escola.

A família do homenageado compareceu em peso para agradecer pela gratidão em relembrar um nome que faz parte da história do nosso Estado.


As alegorias da Reino Unido representavam a vida cabocla de Gilberto Mestrinho, a educação no Estado, o desenvolvimento de pesquisas científicas na Amazônia e a fauna que prevalece na região.

Apesar de ter feito um desfile deslumbrante, o GRES Reino Unido acabou sendo suplantado pelo GRES Vitória Régia, a grande campeã do Carnaval de 2010.

A vitória foi anunciada após a apuração do desempenho das escolas do Grupo Especial, na quarta-feira de cinzas, 17, no Centro de Convenções Sambódromo.

Com 358,40 pontos, agremiação da Praça 14 de Janeiro conquistou o título defendendo o enredo “Cantando o Pensamento na Amazônia”, em homenagem a Academia Amazonense de Letras (AAL).


Em segundo lugar ficou a Reino Unido, com 356,85 pontos seguida da A Grande Família com355,90.

Há cinco anos a Vitória Régia não ganhava o título do carnaval de Manaus.

“Este título é de todos os moradores da Praça 14. Este bairro que nunca perdeu a sua identidade. A vitória é de todos nós!”, disse o presidente da escola Américo Filho.

“Nesta manhã a Academia perdeu um de seus membros. É um momento triste para o Amazonas e nós prestamos também a nossa homenagem ao professor Adson Pereira Dutra”, lamentou Filho.

Na avenida, a verde e rosa formou alas e carros alegóricos com assuntos e obras consagradas da literatura e de historiadores que contaram a história do Estado.

Um dos carros destacou a miscigenação e a integração entre caboclos, europeus, negros e outras raças, numa representação do trabalho desenvolvido em obras do historiador Mário Ypiranga Monteiro.

A escola prestou tributo à Violeta Branca, primeira mulher a ingressar na AAL. Outro destaque foi as tradicionais manifestações folclóricas amazônidas.

A grande surpresa da agremiação foi o carro “Livro na Amazônia”, que levou para o desfile os próprios membros da AAL. A escola foi última a entrar na avenida


Pontuação

1 – Vitória Régia = 358,40
2 – Reino Unido da Liberdade = 356,85
3 – A Grande Família = 355,90
4 – Sem Compromisso = 354,30
5 – Mocidade Independente de Aparecida = 354,30
6 – Unidos do Alvorada = 350,05
7 – Balaku Blaku = 344,00
8 – Mocidade Independente do Coroado = 343,70










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