quarta-feira, 6 de abril de 2011

GRES Reino Unido da Liberdade - Carnaval 1987


Enredo: Hoje a Arte vai Brilhar

Pode-se dizer que as artes circenses surgiram na China, onde foram descobertas pinturas de quase 5 mil anos, em que aparecem acrobatas, contorcionistas e equilibristas.

A acrobacia era uma forma de treinamento para os guerreiros, de quem se exigia agilidade, flexibilidade e força.

Com o tempo, a essas qualidades se somou a graça, a beleza e a harmonia.

Em 108 a.C., houve uma grande festa em homenagem a visitantes estrangeiros, que foram brindados com apresentações acrobáticas surpreendentes.

A partir daí, o imperador chinês decidiu que todos os anos seriam realizados espetáculos do gênero durante o Festival da Primeira Lua.

Até hoje, os aldeãos praticam malabarismo com espigas de milho e brincam de saltar e equilibrar imensos vasos nos pés.

Nas pirâmides do Egito, existem pinturas de malabaristas e paradistas.

Nos grandes desfiles militares dos faraós se exibiam animais ferozes das terras conquistadas, caracterizando os primeiros domadores.


Na Índia, os números de contorção e saltos fazem parte dos milenares espetáculos sagrados, junto com danças, música e canto.

Na Grécia, as paradas de mão, o equilíbrio mão a mão, os números de força e o contorcionismo eram modalidades olímpicas. Os sátiros faziam o povo rir, dando continuidade à linhagem dos palhaços.

No ano 70 a.C., em Pompéia, havia um anfiteatro destinado a exibições de habilidades incomuns.

O Circo Máximo de Roma apareceu pouco depois, mas foi destruído em um incêndio.

Em 40 a.C., no mesmo local foi construído o Coliseu, onde cabiam 87 mil espectadores.


Lá, eram apresentadas excentricidades como homens louros nórdicos, animais exóticos, engolidores de fogo e gladiadores, entre outros.

Porém, entre 54 e 68 d.C., as arenas passaram a ser ocupadas por espetáculos sangrentos, com a perseguição aos cristãos, que eram atirados às feras, diminuindo o interesse pelas artes circenses.

Os artistas passaram a improvisar suas apresentações em praças públicas, feiras e entradas de igrejas. Durante séculos, em feiras populares, inúmeras barracas exibiram fenômenos, habilidades incomuns, truques mágicos e malabarismo.


No século 18, vários grupos de saltimbancos percorriam a Europa, especialmente a Inglaterra, França e Espanha.

Eram freqüentes as exibições de destreza a cavalo, combates simulados e provas de equitação, mas o que levava a platéia ao delírio eram as brincadeiras e pantomimas dos clowns.

O termo “clown”, em inglês, quer dizer “palhaço”, e tanto o clown como o palhaço têm suas origens nos bandos de bufões medievais e na Commédia del’Arte italiana, possuindo a mesma função essencial: expor a estupidez do ser humano e as suas relações com o próximo.

Mas, originalmente, clown vem do inglês “clod”, termo que se refere ao camponês e ao seu meio rústico, a terra: os primeiros atores simulavam camponeses astutos provocando risos na platéia.

Já o palhaço vem do termo italiano “paglia” (palha), usada para revestir colchões, pois a primeira roupa do palhaço era feita do mesmo tecido grosso e listrado do colchão.

O palhaço é uma personagem cômica, enquanto que o clown não representa, ele é daquele jeito.


Nos velhos filmes do cinema mudo, Charles Chaplin não representa, ele é o próprio Charlot nas diversas situações que permitem revelar desde a sua astúcia até à sua ingenuidade.

François Fratellini, de tradicional família de clowns europeus dizia: “No teatro, os comediantes fazem de conta. Nós fazemos as coisas de verdade”.

Resumindo, o palhaço é mais de feira e praça, e o clown, de circo e palco.

O palhaço circense é muito falador, tem um ritmo acelerado e faz coisas constantemente.

Para ele é mais importante o que vai fazer: o truque, o tropeção, o estalo, os tombos, etc.

Já o clown vai por outro caminho, procurando dilatar o lado ingênuo, ridículo, patético do próprio ator.

Assim o clown é pessoal e único, não dando tanto destaque ao que vai fazer, mas como vai fazer as coisas.

É importante sempre a relação entre a sua pessoa e o que ele vai fazer.

Pode-se dizer que o palhaço quer ser engraçado e o clown tenta ser sincero e coerente com o seu modo de pensar primitivo e puro.

É claro que hoje não existe nenhuma diferença entre a palavra palhaço e a palavra clown, pois as duas palavras se confluem em essências cômicas.

A primeira, no entanto, é usada, às vezes, como insulto, significando estúpido, ridículo e exibicionista, ou para indicar o cômico do circo.


Ser clown, entretanto, significa mostrar as fraquezas pessoais (as pernas finas, a orelha grande, os braços pequenos) e enfatizá-las, usando roupas diferentes daquelas que usualmente as ocultam.

O fenômeno ultrapassa a simples representação e seu espetáculo. Torna-se um modo de expressão pessoal.

O clown põe em desordem uma determinada ordem e permite assim denunciar a ordem vigente.

Ele erra e acerta onde não esperamos.

Toma tudo ao pé-da-letra no sentido primário e imediato: quando a noite cai (bum!), ele a procura no chão e nós rimos de seu lado idiota e ingênuo.


Quando nos lembramos dos clowns do cinema fica mais fácil entender essas características: Oliver Hardy (o Gordo) e Stan Laurel (o Magro) formaram a mais famosa dupla de clowns da história, em que o Gordo é racional e inteligente, enquanto o Magro é o ingênuo, de boa-fé e emotivo, mas ambos nunca conseguem nada porque se portam como perfeitos idiotas.

Charles Chaplin imortalizou a figura do clown, com sua forma meiga e atrapalhada.

Outros clowns famosos do cinema foram Harold Loyd, Buster Keaton, Max Linder, os irmãos Max e Jerry Lewis.

O clown apenas expõe o seu íntimo, as suas fraquezas, o seu lado patético e ridículo, por isso o seu nariz vermelho é a menor máscara que existe, a que menos esconde e a que mais revela.

Daí provoca a identificação e o riso, pois faz o homem rir de si mesmo.

Os clowns, em bandos, em duplas ou solitários, ao realizar incursões nos mais diversos ambientes, como ruas, praças, metrôs, restaurantes, supermercados e festas, representam uma forma de levar a poesia para locais onde dificilmente ela chega, quebrando a rotina das pessoas, além de ser uma forma de resgatar valores da humanidade, tais como generosidade, fraternidade e amor, que o ser humano tem vindo a perder.

Em outras palavras, o clown é uma espécie de museu vivo de valores humanos esquecidos e muitas vezes, após uma apresentação, resgatados com fiel originalidade.


Pois foi a partir dessa concepção que o GRES Reino Unido resolveu fazer seu enredo carnavalesco, “Hoje a Arte vai Brilhar”, transformando a passarela do samba em um imenso picadeiro, para o desfile de saltimbancos, palhaços, arlequins, pierrôs, colombinas, equilibristas, malabaristas, engolidores de fogo e ilusionistas, entre outros.

A empolgação com o primeiro desfile da escola no 1º Grupo havia contagiado todos os moradores da comunidade.

O carnavalesco João Batista começou a rascunhar as fantasias e os carros alegóricos para o grande desfile.

Bosco Saraiva e Carlos Nascimento, o “Carlão”, se reuniram durante uma semana, para compor um samba-enredo bastante animado.


As rodas de samba na quadra coberta da escola começaram com força total.

A bateria passou a ter ensaios diários.

Uma multidão frenética começou a participar do “Barracão” (oficina de montagem de alegorias e fantasias de destaque), porque o GRES Reino Unido iria desfilar com cerca de 2 mil brincantes, distribuídos em 30 alas.



Samba-enredo: “Hoje a Arte vai brilhar”

Compositores: Bosco Saraiva e Carlão

Eu hoje vou abrir meu coração
Deixar entrar a poesia
Pintar meus sonhos com pincéis de alegria
Juntar estrelas em um grande mutirão
Sou seresteiro
Com minha lira vou tocando os corações
Vou gargalhar
Como um palhaço e alegrar as multidões
Charlie chapliando
Contracenando com um mundo de ilusão
Venha meu amor, minha eterna musa,
Minha inspiração
Nossa arte eu sei
Hoje vai brilhar
Abram as cortinas
Vamos teatrar
De novo o meu Reino é só festa
Vem comigo a hora é essa
De mãos dadas a sambar
Eu quero ver artesãos e costureiras
No meio da brincadeira
Seu suor a derramar
São os passistas, são baianas, bateria,
Esbanjando harmonia juntos a cantarolar
Vou pro pagode
Lá no Morro que legal
Fazer samba o ano inteiro
E brilhar no carnaval

Apesar de todo o esforço da diretoria, a bruxa parecia que estava solta no desfile da Reino Unido daquele ano.

O “Barracão” havia funcionado no Cafundó de São Francisco.

Quando os carros alegóricos, feitos de estrutura de madeira, foram retirados de lá, na base do muque, e posicionados ao lado da atual Secretaria de Fazenda (Sefaz), os diretores perceberam que havia alguma coisa de errado com eles.

Os carros alegóricos pareciam ter diminuído de tamanho.

A suspeita foi confirmada algumas horas depois, quando os carros do GRES Reino Unido foram posicionados, na área de concentração do desfile, próximos dos carros do GRES Aparecida.

Somente um dos carros da Aparecida – uma belíssima nave espacial, feita pelo artista plástico Wandyn, montada sobre uma estrutura de carreta de três eixos –, seria capaz de transportar todos os cinco carros alegóricos da Reino Unido e deixá-los no buraco negro mais próximo.

A escola também apresentou graves problemas na escolha dos materiais das fantasias, que não garantiram sua integridade no decorrer do desfile.

Além disso, faltou criatividade e uniformidade em algumas alas.

Entre outras coisas, os jurados flagraram componentes de alas com camisetas e sapatos diferentes, fantasias mal acabadas, fantasias sem clareza de idéia, chapéus muito frágeis, costeiros quebrados e baianas com vestidos amassados.

Muitos integrantes pareciam bastante desconfortáveis com suas fantasias e, no lugar de evoluir, andavam desajeitadamente pela avenida.

O gigantismo da escola, com 2 mil brincantes, e o excesso de alas foram outros dois fatores que deram muita dor de cabeça para os diretores de harmonia.

Brigando contra a cronometragem, algumas alas avançavam sobre as outras, provocando um verdadeiro pandemônio, ou de repente retrocediam, para manter a distância, mas como não havia sincronismo entre elas acabavam provocando diversos buracos no desfile.

Se no 2º Grupo esses pecadilhos eram toleráveis, no 1º Grupo aquilo era indicativo claro de perda de pontos.

– A gente descobriu, na prática, que precisávamos ter um ou dois diretores de harmonia em cada ala e não apenas 10 diretores para a escola inteira –, relembra Bosco Saraiva. “Porque é o diretor de harmonia que orienta o cantor para puxar o samba-enredo, que dá uma chegada no miolo da escola para saber se os brincantes estão cantando nivelados ao puxador, depois dá uma chegada na bateria para saber se os brincantes estão nivelados com a bateria, aí dá uma chegada no povão, para saber se o povão está entrosado com aquilo que o puxador está cantando, e, enquanto o desfile estiver andando, ele não pode deixar nem o puxador, nem os brincantes e nem tampouco o povão acelerar ou botar o samba para baixo. E isso é trabalho para mais de 60 pessoas. Nesse desfile, nós éramos apenas 10 ou 12”.

– É preciso gostar muito da escola, pois o camarada quando está desfilando como diretor de harmonia precisa se transformar em um verdadeiro super-homem! –, explicou Chocolate. “Ele não pode ficar olhando mulher bonita, olhando fantasia ou posando para a televisão, ele fica totalmente dominado por aquilo. Nessa hora ele esquece de mãe, pai, filho, irmão, enteado, é uma possessão, como se um anjo se apossasse do camarada e desse a ele poderes sobrenaturais para poder conciliar todas essas coisas, porque depois que uma ala canta uma coisa e outra canta outra parte do samba-enredo, ninguém mais consegue consertar. Felizmente, apesar de todos os problemas, o nosso samba enredo não atravessou”.

O desmoralizante 5º lugar obtido pela escola foi uma ducha de água fria nos meninos do Morro, que até então traziam no currículo uma história de conquistas memoráveis.

Na reunião crítica de avaliação do desfile o veredicto foi uma unanimidade: ou caíam na real e se profissionalizavam como as campeãs Aparecida, Vitória Régia e Sem Compromisso, ou ainda iriam comer muito o pão que o diabo amassou.

Eles resolveram apostar todas as fichas na profissionalização.

E o primeiro passo seria contratar um carnavalesco de uma grande escola de samba do Rio de Janeiro.

Por ser o mais experiente no assunto, Bosco Saraiva foi incumbido da missão.

3 comentários:

  1. nao ta com nada essa escola de samba do morro da liberdade reino do diabo sempre pegão dinheiro no pagode porra e pra onde vai essa grana em pra casa do pierre do iron e demas ali aki nessa escola de samba so tem e ladrão ok odeio essa escola de samba ja toguei na bateria 4 anos quando o iron zebuseta nao esta na reino unido ok e a escola foi campeã poraa foram anos de gloria hoje so da aparecida e alvoda kkkkkkkkk sai fora pierre volta jairo

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  2. e porem ainda esse bando de ladrão do imferno xamão a bateria de furiosa caralho so pega nota 9 porra furiosa e cabeça do meu pau porra o aldin tem ate carro com grana que ele rouba da escola o galo sego e outro o careca que era buxador da reino hoje esta na mocidade la nao tem ladrão nao por isso que ela sempre ganha buseta e ainda bota na torcida gigantes do morro porra vão se fuder vcs do morrro caralho sai pierre bandido vlota jairo vc sempre foi orgulho por morro da liberdade espulsarão o bosco hoje na alvorada ganho em lugar esse ano porra ta foda em e valle lenbra que a alvorada e escola filha da reino unido e bom voltar a ser bloco denovo ne kkkkkkkkkkkkk nao sebem faser carnaval nao buseta mas roubar e com familia do iron fudido te odeio porra meu sonho e da um tiro na cara do iron ass.. amigoda da mocidade melhor escola de samba de manaus

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  3. escola de samba de verdade e bala blako alvorada aparecida grande familia vitoria regia todas pegaram nota 10 na bateria e nao tem o nome de furiosa la do rio nao ok vão dar o cu de vcs iron ladrão do imferno aldin aldenor e puxadores nego leo aki a mocidade porra reino vai e cair ano que vem caralho virar bloco de rua em vcs fasem fantasias com papelão kkkkkkkk por isso que so perden o carnaval todo ano ok ladroes sefode reno e todos da torcidade eiu vou esta nessa pagode onde mas da dinheiro no morro ok e pra onde e que vai toda essa grana em resposta pra comunidade caralhoo meu numero e 9190-1937 sou aki da la net manaus buseta

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